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Aos 15 anos de idade, andando pelas ruas do meu bairro, com o meu caderninho de poesias nas mãos, lembro de ir relendo as minhas poesias, uma a uma, ir arrancando as páginas do meu caderninho de poesias com as minhas poesias, uma a uma, ir fazendo bolinhas de papel com as páginas arrancadas do meu caderninho de poesias com as minhas poesias, uma a uma, e ir descartando as bolinhas de papel feitas com as páginas arrancadas do meu caderninho de poesias com as minhas poesias pelas calçadas, uma a uma.
De lá para cá, pouco mudou, continuo produzindo mais bolinhas de papel feitas com as páginas arrancadas do meu caderninho de poesias com as minhas poesias do que poesias.
Não sei explicar porque comecei a escrever poesias. Provavelmente, por preguiça ou incapacidade de escrever textos maiores. Na verdade, nem sei sequer se o que escrevo é poesia. Muitas dessas minhas “poesias” sequer têm rimas, métrica e estrofes. São palavras e frases curtas, sem muito sentido e sem criatividade, que alinho pela esquerda e, por querer, simplesmente, apresento-as poesias e me autoproclamo poeta.
Das minhas velhas poesias, para as minhas novas poesias, a qualidade de minhas poesias, pouco mudou. Mas meu densitômetro de bolinhas de papel feitas com as páginas arrancadas do meu caderninho de poesias com as minhas poesias se aprimorou. De uma a cinco, a quantidade de bolinhas representa uma unidade de densidade poética menor ou maior. Mas, por consciência ecológica e por usar meios digitais de escrita e arquivamento de minhas poesias, já não descarto as bolinhas de papel feitas com as páginas arrancadas do meu caderninho de poesias com as minhas poesias pelas calçadas.
Apesar de depreciar minha produção poética, guardo quase todas as poesias que escrevo – algumas ainda em recortes de papel e em caderninhos de poesias, outras em arquivos digitais e no WhatsApp. Não as guardo por orgulho, no entanto, guardo minhas poesias como registros de uma época, de uma fase da minha vida ou da utilização da escrita poética como escrita terapêutica, para resgatar vivências, pensamentos e sentimentos que me habitaram e/ou ainda me habitam.
Para dar destino a algumas de minhas poesias, que não foram descartadas ou utilizadas em outros projetos que mesclam artigos e reflexões a poesias, editei este livro, com minhas NOVAS I VELHAS POESIAS. Temo que elas não sejam as melhores poesias que já escrevi, para tanto teria que rever todos os meus projetos e fazer uma seleção mais criteriosa. Mas, enfim, são minhas poesias – ou “poesias”… E espero que vocês gostem!
Ao menos, não há o risco de ver minhas poesias virarem bolinhas de papel e serem descartadas inadequadamente e impunemente por aí, pois estão disponibilizadas somente em formato digital.
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