Como calar minha mente?
Em uma das vezes que cometi Facebookcídio, ao invés de apagar a minha conta, eu só excluí todos os amigos do App. Sem ter para quem falar, deveria me calar, não? Não! Minha mente inquieta sempre é invadida por pensamentos que querem virar poesias, artigos ou contos. Então comecei a postar coisas em meu Facebook, mesmo sem ter ninguém lá para ler. E segui, por mais de um ano fazendo isso, quase que doentiamente, até voltar a compartilhar meu perfil.
Faço, deste espaço, o substituto do meu Facebook, um lugar para compartilhar os meus textos que não integram nenhum projeto editorial.
Navegar pelos conteúdos:
Poesias
Biscoitinho
Só agora eu percebo
o que deixei de perceber
no tempo passado
Encontros e desencontros
eventos grandes e pequenos
acontecimentos
Caminhos se ofereceram
tive a chance de trilhar
mas não trilhei
Vejo companheiros de jornada
cobertos de louro
sobre montanhas de ouro
Enquanto eu, por ali, por aqui
ainda vagando, divagando
por quê?
Por que não estou junto a eles
me gabando de minhas conquistas
usufruindo dos meus ganhos
Ao invés de fazer fama
ao invés de fazer dinheiro
fiz poesia, contos, músicas
Mas tampouco na arte me destaquei
faltou fé, faltou talento
faltou coragem, faltou querer
Seria fácil invejá-los
seria fácil culpar a plateia, por inexistir
ou a falta de sorte, pelo meu fracasso
Mas não segui meu caminho
por ser preguiçoso ou fraco
segui porque sou assim
Às vezes até sei o que você quer
leitor, ouvinte, amigo, irmão
professor, empregador, crítico
Às vezes sei até como chegar
chegar aos resultados desejados
mas isso não é para mim
Cachorro que cresce sem carinho
aprende a se virar sozinho
não abana o rabo, nem por biscoitinho
Acolhimento
Sinto a mão do destino
acariciar os meus cabelos
Fecho os olhos e agradeço
Hoje não irei chorar
pelo homem que se desfez
Pois, acolhido em mil pedaços
reconheço que nunca me fiz
O homem que não chora
o homem que não erra
o homem que tem um porquê
Sempre estive por aqui, assim
fragmentado
Talvez ele, o destino
me acolha, simplesmente, por saber
que ele nunca me pertenceu
Que eu sou somente
esse somatório de casos e acasos
Algo que aconteceu
O que me falta
Se eu tivesse vivido mais música
teria mais músicas ou menos músicas
por ninguém ter me ouvido
Se eu tivesse vivido mais literatura
teria mais livros ou menos livros
por ninguém ter me lido
Se eu tivesse vivido mais arte
teria transformado mais esboços em arte
ou feito mais bolinhas de papel
Se eu tivesse vivido mais poesia
teria somado mais poesias
ou só mais um punhado de dor
Se eu tivesse…
10 livros, 100 músicas, 1.000 poesias
tanta arte sem galeria
com ou sem valor, é ter bastante
Existem escritores, músicos e artistas
que talvez não produzam tanto
ao longo de suas vidas
Não foi literatura, música, nem arte
que me faltou para meus livros, músicas
poesias e artes
Talvez tenha faltado intenção
talento ou envolvimento
entre outras tantas coisas que faltaram
Para tornar minha obra atraente
envolvente
viva o suficiente, para alguém querer viver
Hum…
As mesmas coisas que faltaram a mim
Fragmentos e pensamentos
Pinocchio
Pinocchio tinha um pau que não crescia, por pudor do seu pai Gepeto, e um nariz que crescia, para lhe servir de educação. Ao crescer, procurou um marceneiro e resolveu essa situação. Trocou pau por nariz e nariz por pau.
Só não podia amar para trepar, pois seu pau nariz não crescia. Precisava fazer falsas juras e dissimular suas intensões. Mas a maior parte das mulheres não se incomodava, pedia para ele jurar amor, mesmo sem amar: Eu te amo, Eu te amo, Eu te amo!!!
E assoar o nariz em público, era complicado…
Invejosos
Micodênio é chamado carinhosamente de Mico, pelos amigos. Também pelos inimigos… E desconhecidos.
Ele criou fama, participando de programas de calouros.
Cantar, ele já tentou… Mas, desafinou. Mágica: Alacazan, Alacazin… O truque, ele errou. Stand up comedy, há, há, há… Tentando fazer rir, fez chorar. E, na arte dramática? Tentando fazer chorar, fez rir…
Não sabia dançar, tropeçou. Não sabia equilibrar limões no ar, fez limonada. Na memória fraca, não parava nada. E, quando era para improvisar, gaguejava…
Mas, não importa onde ia, a plateia já o conhecia e aclamava: Queremos Mico, queremos Mico, queremos Mico!
Isso não chegava a ser bom. Mas ele gostava. Convites para novas disputas, não faltava.
Então, quando a mocinha bonita o chamou na xinxa e propôs irem a um lugar mais reservado, ele não exitou:
– Sim, sim… É claro!
Quando iam saindo do bar, um amigo o interpelou:
– Qual é Mico? Vai pagar mico? Não tá vendo que a mulher não é mulher?
Mico sorriu, exultante…
– Eu me esforço… Me esforço… E, finalmente, vou ganhar um troféu!
Artigos e crônicas
Represa
Não somos um rio que passa, somos uma represa. Construímos nossas histórias ao longo da vida, acumulando alegrias, dores, amores, revoltas, realizações, frustrações… Tudo o que vivemos, de relevante ou não.
E, como em qualquer represa, nela há águas profundas e águas rasas, há águas no meio e nas bordas, águas paradas e em movimento. Assim são nossas lembranças, algumas adormecidas, quase esquecidas, outras sempre presentes, nos revolvendo.
Um amor não substitui o outro, uma alegria não se sobrepõe a uma tristeza, uma realização não anula uma perda. Tudo coexiste dentro de nós. Pacificamente ou não, de forma controlada ou não, por desejo próprio ou não. Cada coisa vai tomando seu lugar, se acomodando ou incomodando.
Enchendo, enchendo, enchendo a represa, às vezes ameaçando transbordar. Enchendo, enchendo, enchendo, às vezes exigindo ampliar as paredes ou abrir as comportas, para escoarmos de forma controlada e inofensiva.
Nem sempre as águas fluem como queremos. A razão quer uma coisa, a emoção quer outra, ou vice-versa. O tempo quer o passado no passado, o presente no presente e o futuro no que há por vir. Mas as águas misturam tudo… 1% de experiências e coisas de valor, que dão umidade e sentido a nossas vidas, se diluem a 99% de experiências e coisas completamente sem valor, fadadas ao afogamento na memória.
Tentamos organizar nossas coisas e sentimentos nessa represa. Dar algum sentido às nossas vidas. Sendo isso ou sendo aquilo, querendo isso ou querendo aquilo, indo daqui para lá, estando no hoje e moldando amanhã, mas… Afinal, o que realmente somos?
A água, a represa, a correnteza, as forças que querem manter tudo dentro de nós contido ou o potencial de transbordar e inundar o mundo?
Baú do Aloísio
Quando comecei a recriar este site, lhe dei um nome: Baú do Aloísio. E até fiz uma brincadeira, na descrição do site, que aparecia logo abaixo do nome: Ainda não morri, mas meu baú eu já abri!
Ter um site com meu nome, sendo tão desconhecido e não divulgando nada do que produzo, não faz o menor sentido. Faria mais sentido ter uma rede social e tal… Como pessoas “normais” fazem, né? Mas ter um site intitulado Baú, faz menos sentido ainda. Então retornei ao meu nome original, que é o domínio do site, e transformei esse texto, que seria de apresentação do site, em mais um texto escondido, que ninguém vai ler…
Baú é coisa de quem já morreu, né? E, normalmente, de quem, pela sua vida e obra, despertou algum interesse no próximo, atraiu atenção para a sua vida e/ou obra, se tornou relevante. Eu sei disso… No entanto, estou vivo e sou invisível, mas tenho um baú repleto de textos, em versos e prosa, composições e outras coisas.
Por que um site? Por que um site intitulado Baú? Porque, como um baú, esse site, apesar de estar acessível a um ou outro, não é acessado por ninguém.
Um baú pessoal, normalmente não é acessado, por respeito dos outros ao dono do baú e/ou ao conteúdo do baú. Existe a compreensão de que aquele conteúdo, ali guardado ou escondido, só deve ser acessado pelo seu dono/autor. Podem ser recordações, ideias não desenvolvidas, fotos, objetos, segredos… E o baú fica ali quietinho, acumulando poeira sobre e criando mofo dentro. Até que a pessoa morra! Aí a família ou quem quer que herde o baú decide o destino do seu conteúdo. Que, na maioria das vezes, para o baú de reles mortais, como eu, é o lixo.
De certa forma, eu estou meio morto. Meio vivo… Meio morto-vivo! Meu baú continua recebendo novos textos e músicas, mas não é para ninguém. Não sou casado, não tenho namorada, não tenho filhos, não tenho amigos reais, nem virtuais, não participo de grupos disso ou daquilo e minha família não se interessa nem um pouco pelo que eu faço ou deixo de fazer.
Um dia, até pensei em produzir para o outro, mas ninguém curtia minhas poesias e artigos, ninguém elogiava ou comentava minhas composições ou músicas, que consegui alguém para gravar, ninguém baixava meus livros autobiográficos e/ou de ficção. Cheguei a jogar muita coisa fora e a parar de produzir. Mas eu tenho uma ânsia em mim, de criar e de me expressar. E gosto do que eu faço! Por isso, hoje, mesmo que pareça sem sentido ou meio maluquice, eu continuo produzindo… Para mim!
Já tive site duas vezes e deletei, já cometi dois Facebookcídios também, nunca me entendi com Instagram ou X, passo longe de TiK Tok, Kwai e Youtube e não acompanho mais as tecnologias de interação social… Enfim, eu não preciso de um site, eu preciso de um baú!!!
O baú do Aloísio, é isso. Um site fantasma, de um Aloísio fantasma, que precisa de um baú digital fantasma para guardar seu:
- Lixo
- Luxo
- Seu pior
- Seu melhor
- Sua criatividade
- Sua falta de noção
- Seus projetos
- Sua vida
- Seu lado “B”, que ninguém vê ou finge que não vê por vergonha alheia
- …
Que seja o que for… Esse baú não tem tampa!
Reflexões sobre IA
IA Pudica
Não sei onde, nem como, as pessoas acessam aplicativos de inteligência artificial (IA) que fazem aquelas montagens de corpos nus com rosto de ricos e famosos, colocam falas nas bocas de políticos e influencers, entre outras usos inapropriados e/ou proibidos… Nos aplicativos que eu utilizo, para criar minhas imagens e músicas, isso não rola!
Outro dia, queria gravar uma música no Suno, sobre sexo oral, em que a cantora pedia para o parceiro calar a boca e colar a boca dele na buceta dela, mas o aplicativo não gerou música, mandou o conteúdo para moderação e nunca deu um retorno… Caralho! Piiiiii… Também não pode! Matar ou cometer suicídio, nem pensar. Volta e meia, tenho que trocar palavras e reestruturar minhas músicas para obter algum resultado.
No Gamma, vivo sendo bloqueado, por querer produzir imagens inadequadas. Outro dia, precisava de uma imagem de uma mulher de biquini na praia, para ilustrar um conto, mas só consegui gerar uma imagem de uma mulher de maiô na praia… Feridas sangrando, agressões, suicídio, entre outros temas, também são sensíveis.
E o “politicamente correto”, também influencia a geração de imagens por IA. Em outra ocasião, precisava da imagem de um grupo de pessoas brancas, para representar uma família de brancos, mas o programa sempre incluía um ou mais negros na imagem. Cara, eu especifiquei de todas as formas possíveis e educadas para o aplicativo o que queria e minhas intenções, mas não consegui essa imagem! Até entendo a justificativa: promover a igualdade racial e evitar preconceitos, mas…
Aí a gente vê a IA no noticiário sendo utilizada para aplicar golpes fantásticos, nas redes sociais as atrizes e políticos falando coisas que nunca falariam e descobre que, até em vídeo conferências ela pode ser empregada, ilicitamente ou licitamente, para gerar a imagem de uma pessoa falando, em um cenário, enquanto a pessoa real está em outro lugar… Pode estar, mesmo, cagando no banheiro!
É claro que eu não quero utilizar aplicativos de AI para cometer ilícitos injúrias, mas se a IA é inteligência, mesmo que artificial, essa inteligência deveria interpretar as intensões dos pedidos. Falar palavrão ou expor corpos e cenas de violência não tem um uso somente negativo ou inadequado. Em um contexto artístico, literário e musical, podem ser utilizados até para promover a reflexão sobre diversas questões, inclusive sobre o uso adequado dessas imagens e falas.
Como não irei recorrer a ferramentas proibidas para conseguir as imagens e músicas exatamente como quero, vou aceitando essas limitações. E tornando mais pudicas, também, a minha literatura e minha música!
Mas… Porra, caralho, buceta, vai se foder!!! KKK Aqui, nesse espacinho, só meu, posso falar palavrões livremente!
Letra e música
Eu não canto, não toco instrumentos e não tenho ritmo. A memória falha para gravar letras e o descompasso físico e oral, atropelam o passo na dança e o ritmo no canto. Não consigo sequer acompanhar um sambinha chacoalhando uma caixa de fósforos, numa roda de samba… Sou uma negação total para a música.
Mas, para desespero dos próximos, adoro cantar!
A falta de memória me levou a improvisar parte das músicas e fazer versões próprias da música dos outros. E, ao longo da minha vida, a me aventurar a criar minhas próprias músicas. Já a falta de ritmo e de habilidades para o canto e para tocar instrumentos, me levou a não perceber as músicas que fazia, realmente, como músicas.
Então, para mim, sempre ficou muito separado o que é letra – a composição – e o que é música – a melodia e a execução. E sempre me referi sobre mim e ao que produzia, sem demérito algum, como compositor e como letra/composição, respectivamente.
Acreditava serem mundos distintos, a letra é a letra e a melodia é a melodia, somando os dois, resulta a música.
Então, quando vi as primeiras pessoas pegarem uma letra/composição minha e transformar em música, achei algo mágico. Eles liam a letra no papel, ouviam uma gravação tosca em uma fita K7, pegavam um instrumento e cantavam. Caraca… Era como se eu fosse uma criancinha e visse uma mágica acontecendo à minha frente!
As minhas gravações, cantadas frase por frase, ligando e desligando a gravação, com qualidade e voz ruim e sem acompanhamento de instrumentos, eram muito ruins. Em uma ou outra eu até conseguia apontar um estilo, um ritmo, uma melodia. Mas, na maioria delas, eu não percebia a própria letra/composição apontar um estilo, um ritmo, uma melodia.
Até começar a trabalhar com a IA do Suno. Disponibilizando para o aplicativo somente a letra, algumas vezes, sem sequer selecionar um estilo ou adicionar outras orientações. A mágica que via os músicos/instrumentistas fazerem, vejo também a inteligência artificial fazer. Caraca… Eu já não sou mais criancinha, não caio em qualquer truque de mágica.
Só então eu percebi, que a letra/composição, traz, junto com ela, melodia/música!
É surpreendente como, muitas vezes, sem solicitar nenhum estilo ou ritmo para a execução de uma letra, a música que a IA gera, vem exatamente no estilo e ritmo que eu imaginava. Essas informações estão ali, na letra/composição. Na forma como as palavras combinam e se organizam, na história que é contada, nas emoções envolvidas…
Se vocês observarem os créditos das minhas primeiras parcerias, feitas com músicos/instrumentistas de corpo e alma, eu discrimino:
Composição ou letra: Aloísio Costa Latgé.
Melodia: Em poucas músicas, em que a minha gravação já passava o resultado final, credito a Fulano de Tal e Aloísio Costa Latgé.
Execução: Fulano de Tal ou Cicrano de Tal, quando alguém só tocava fazia a gravação final de uma música já iniciada por Beltrano de Tal.
Era meio – e talvez ainda seja – inconcebível colocar só:
Parceria: Aloísio Costa Latgé e Fulano de Tal.
Eu vou continuar me referindo a mim e ao que eu faço como: compositor e letra/composição. Mas hoje eu sei que minha letra/composição não é só texto, ela traz também melodia e ritmo.
Eu faço música!
Nosso, não…
Tenho usado a inteligência artificial para criação de músicas, a partir de minhas composições, e de ilustrações para diferentes projetos. No Suno, incluo a composição, seleciono um estilo ou uma combinação de estilos e ele vai gerando músicas completas, com voz, instrumentos, melodia, até sair uma versão que me agrade. Já no Gamma, dependendo da imagem que preciso, não chego a gostar do resultado ou, mesmo, não chego a um resultado.
Para texto, uso o Chat GPT, que é muito bom para revisão e pesquisa de conteúdos. Mas, para escrever, mesmo, eu prefiro o meu texto. Não necessariamente por ele ser melhor ou o gerado pela IA pior. Mas o meu texto é o meu texto. Ele tem a minha personalidade e estilo. Algo que vem sendo criado desde que eu comecei a escrever poesias, lá pelos 14 anos, escrever redações, lá pelos 16 anos, escrever reflexões, lá pelos 24 anos e artigos e contos, lá pelos 27 anos…
Mas eu tive uma experiência surpreendente, agora, com o GPT, que compartilho com vocês. Eu escrevi uma poesia bem tosca, mas que emprega algumas questões gramaticais, da língua portuguesa. Então pedi ao App que verificasse para mim o uso correto dos termos gramaticais na poesia. E a resposta dele foi uma análise técnica e crítica profunda da minha poesia tosca. Algo quase contraditório, a inteligência artificial usar tanta inteligência para analisar a falta de inteligência humana – digo, minha falta de inteligência.
Aloísio, para Chat GPT – Analisar uso gramatical correto na poesia a seguir, observando conjugações de pronomes possessivos:
É preciso ter cuidado
Ao conjugar pronomes possessivos
Pois às vezes se conjuga certo
Mas o resultado sai errado
Se você não acredita
Conjugue a posse da maçã
Minha maçã
Sua maçã
Nossa maçã
Vossa maçã
Perfeito, maçã é maçã
Não importa quem
Come a maçã de quem
Mas aí pinta a sacanagem
Nem tudo é assim
Se você não acredita
Conjugue a posse do cu
Meu cu
Seu cu…
Até aí, tudo bem
Mas, seguindo adiante
A coisa fica diferente
Nosso cu?
É o cacete!
O meu cu é meu
O seu cu é o seu
Cu, cada um tem o seu
Não tem esse papo de “nosso”
Nem de “vosso” cu
Valeu!
Se você quiser compartilhar
Com alguém o seu cu
Problema seu
Ou vosso
O meu cu é só meu!
Sai pra lá…
A gente divide uma maçã
E você vem com esse papo?
Chat GPT para Aloísio – A poesia apresentada é uma espécie de jogo linguístico que mistura humor com reflexões sobre a conjugação dos pronomes possessivos. A seguir, farei uma análise das informações gramaticais nela contidas:
Uso dos pronomes possessivos
No início, a poesia faz uma análise convencional do uso de pronomes possessivos, como “minha maçã”, “sua maçã”, “nossa maçã”, “vossa maçã”. Essas formas estão corretas em relação ao uso da posse, aplicando-se aos substantivos de maneira típica.
Tensão no uso dos pronomes possessivos
A partir da transição para “nosso cu” e “vosso cu”, a poesia segue para uma ironia, explorando o impacto que o uso desses pronomes poderia ter em contextos mais pessoais e íntimos. Há uma crítica explícita ao uso de pronomes possessivos no contexto de algo que se considera “individual”, gerando um efeito cômico ao aplicar uma regra gramatical à parte do corpo humano.
Conjugação verbal e concordância
A frase “A coisa fica diferente” está correta, pois há uma concordância adequada entre o sujeito (“a coisa”) e o verbo (“fica”).
A construção “Cu, cada um tem o seu” também é correta gramaticalmente, mantendo a concordância entre o verbo e o sujeito (“cu” e “cada um”), além de manter a concordância com o pronome possessivo (“seu”).
Crítica ao uso de “nosso” e “vosso”
A poesia faz uma crítica bem-humorada à aplicação de “nosso” e “vosso” em situações que, no entendimento do autor, seriam mais apropriadas para a posse individual. Isso é feito de forma exagerada para criar um contraste cômico, visto que o uso de pronomes possessivos no contexto de “cu” não tem a mesma aceitação que em palavras mais neutras como “maçã”.
Conclusão com humor
Ao final, a poesia sugere que o “cu” de cada um é individual, o que reforça a ideia de que a posse sobre certos aspectos é de fato particular, deixando claro que o “nosso” e o “vosso” não se aplicam da mesma forma a partes do corpo.
Considerações gerais
No geral, a poesia apresenta um bom domínio da gramática, mesmo que seja intencionalmente desafiadora em seu conteúdo, justamente para provocar uma reflexão (humorada) sobre a possessão e os limites do uso de pronomes.
Estrutura gramatical – A poesia está coerente com as normas gramaticais da língua portuguesa, especialmente no que diz respeito ao uso de pronomes possessivos e à concordância verbal.
Tom humorístico – O texto tem um tom irreverente, utilizando a gramática de forma a criar um contraste engraçado entre a lógica das regras linguísticas e o conteúdo mais íntimo e pessoal (no caso, o “cu”).
IA e os desafios à nossa inteligência
O Chat GPT é a ferramenta de inteligência artificial (IA) mais inteligente, até o momento, que utilizo. O Suno, que uso para transformar minhas composições em músicas, e o Gamma, que uso para criar imagens a partir de instruções textuais, são eficientes, mas não são tão inteligentes…
No Chat GPT, a gente conversa com o aplicativo. Se pedimos algo e o resultado não vem como queremos, não precisamos reiniciar o pedido do zero. Basta apontar o que queremos diferente na pesquisa. Podemos ir pedindo pequenos ajustes, mudanças de foco etc.
Já no Suno e no Gamma, não existe diálogo. Pedimos o que queremos e eles acertam ou erram na entrega. Seguimos repetindo a mesma solicitação até sair o que queremos, ou ajustamos o pedido até atingir o resultado esperado. Uma tentativa não aprimora ou influencia a próxima.
Enquanto o Chat GPT soma sua inteligência à nossa, alcançando os melhores resultados, Suno e Gamma são ferramentas “burras” e, muitas vezes, precisamos nos conformar com o resultado que oferecem.
Chamar de “burras” ferramentas que criam músicas e imagens a partir de composições ou comandos textuais é injusto, não? Suno e Gamma são aplicativos extremamente poderosos, pelo que criam, mas limitados pelo processo de interação. É como fazer uma pesquisa no Google, se o resultado não é o que queremos, precisamos reformular toda a pergunta e começar do zero, repetidamente.
Mas, se liga… É fundamental, para quem utiliza a inteligência artificial do Chat GPT, utilizar a própria inteligência para questionar as respostas recebidas. Pois o aplicativo, eventualmente, preenche lacunas de informações criando dados inverídicos ou fornecendo fake news disseminadas no mundo virtual.
Por falar em Google, desconheço o que a empresa está fazendo para se manter viva, relevante e gigante, diante do surgimento das empresas desenvolvedoras de IA. O maior desafio do Google, no entanto, será manter suas fontes de lucro ao evoluir nos moldes do Chat GPT. Afinal, o modelo de negócios do Google depende de direcionar pesquisas para sites e conteúdos de anunciantes, muitas vezes em detrimento do melhor conteúdo.
Nesse aspecto, Chat GPT, Suno, Gamma e outros aplicativos de IA estão revolucionando o mundo digital, os negócios e os empregos de hoje, assim como o Google, o Facebook – atual Meta – e outros players fizeram no passado.
Nas últimas décadas, Google e Meta, com seu gigantismo e poder econômico, compraram e agregaram empresas e tecnologias emergentes. Antes deles, Microsoft e Apple faziam o mesmo, ditando as regras do jogo. E, antes delas, existiram outras gigantes.
O mais relevante no que estamos vendo surgir agora é que, provavelmente, outros gigantes estão por vir. Esses momentos e movimentos são desafiadores e transformadores. Eles representam a história sendo escrita, e é um privilégio viver isso.
Meu pai, que, se hoje estivesse vivo, estaria prestes a completar 100 anos, viu o surgimento da geladeira, a popularização do carro, o bonde ser substituído pelos ônibus e metrôs, e a criação do telefone, da televisão, do computador e do celular – embora ele não tenha chegado a usar os dois últimos.
Já, eu… Vi o surgimento e a popularização do computador, do celular, da robótica, da internet, das redes sociais e, agora, vejo a IA e seu imenso potencial, ainda desconhecido.
Preciso acompanhar essas evoluções para não me tornar mais velho do que realmente sou. Porque, se a gente não acompanha o novo, a gente se torna obsoleto. E ser obsoleto é pior do que ser velho, pois o obsoleto é descartável.
O medo do Google e do Meta é o mesmo medo que eu tenho: virar um dinossauro. Grande, ineficiente, inadequado e a caminho da extinção – como grandes players da tecnologia e do mundo virtual que ficaram para trás em outras épocas, como: IBM, AOL, Compaq, Nokia, Yahoo!, entre outros.
Por enquanto, me divirto fazendo IArtes, músicas e finalizando meus escritos com o auxílio dos aplicativos de IA. Mas ainda não sei no que isso vai dar. Pois, apesar da minha criatividade tirar proveito da IA, a IA também almeja substituir o homem na criatividade.
Ah… IA
A Inteligência Artificial torna burros inteligentes, inteligentes burros ou redefine inteligência?
Estou a um mês usando IA, apesar de já a algum tempo ouvir falar das maravilhas que ela faz. Por R$ 30 ao mês, contratei um App que faz música e, por outros R$ 30, um que prepara apresentações e cria ilustrações.
Com o Suno, App que faz música, transformei em 10 dias 14 de minhas composições em músicas e acabei com os meus créditos do mês. É só inserir a letra num local, clicar num botão, aguardar uns 30, 40 segundos e “Plim!”, surgem duas gravações, com estilo musical, melodia, instrumentos e voz. E se o resultado não ficar bom, você vai clicando, clicando e ele vai trocando estilos musicais, melodias, instrumentos e vozes até sair algo legal. E se a pessoa não tiver composição, bastante inserir algumas frases ou ideias que ele completa ou cria uma composição.
O Gamma, apesar de ser um aplicativo voltado para a criação de apresentações, eu assinei para utilizar as ferramentas de criação de ilustrações por IA. Tenho duas histórias infantis e um conto ilustrado, além de outras aplicações que demandam ou podem demandar ilustrações. Basta descrever a imagem, escolher formado, estilo e IA disponível que ele vai gerando de 3 em 3 imagens, até surgir um resultado adequado.
Existe um tanto de desinteligência nessas IAs, sobretudo para quem não domina códigos e a utiliza através de prompts de texto. Às vezes uma música está com estilo Ok, melodia Ok, instrumentos OK, voz OK, mas sai com um erro na letra, uma interrupção antes de acabar, ou um trecho truncado… Não tem como consertar só aquele pedacinho, a solução é seguir clicando, clicando, clicando em criar, até surgir algo legal novamente. Na ilustração, seguir um mesmo personagem ou manter uma mesma ambientação é complicado.
Para mim, em um mês, transformar 14 composições em músicas e ilustrar uma história infantil, é algo antes impensável. Utilizando R$ 60? Em 10, 12 anos, tive 14 músicas gravadas, pagando. Barato, mas mais do que R$ 60 por cada. Já meus livros infantis, nunca consegui quem fizesse ilustrações baratas.
Mas, ao mesmo tempo, vejo o trabalho de pessoas que se sustentam transformando o sonho de compositores e escritores em realidade, acabando. Assim, de um dia para o outro. E o meu próprio trabalho, como compositor e escritor perdendo seu valor e encanto.
Qualquer pessoa, utilizando IA, pode “compor” e “escrever” melhor do que quem compõem e escreve, do que eu… Dominar o uso dos aplicativos se tornou mais importante do que o conhecimento e a experiência. Tirando extremos de capacidade e criatividade que a IA ainda não alcança, ela já produz igual ou melhor do que muitas mentes capacitadas e criativas.
E a aplicação da IA vai além da música e da ilustração. Está na educação e em praticamente todas as áreas e especializações.
Não sei onde isso vai dar, é uma mudança de paradigma. Vi algo próximo disso acontecer no setor gráfico, quando o fotolito parou de ser usado e depois quando os impressos pararam de ser usados. Duas grandes indústrias sumiram de uma hora para outra, deixando milhares de pessoas desempregadas. Outras indústrias nasceram e outros empregos foram criados, mas transformando o perfil das indústrias, dos profissionais e dos salários.
Como acompanho somente a áreas de comunicação e artes, me preocupo, em especial, com a nova economia criativa. Esta, que surgiu após transformações no setor, que tiraram de cena velhos produtores de conteúdo, como eu, que eram melhor remunerados, e abriram espaço para jovens, em maior quantidade, que aceitavam trabalhar de graça ou sendo mal remunerados.
Será a IA o ponto final para os recém formados sonhadores e/ou os jovens sociáveis, moderninhos e antenados, que querem transformar o mundo? Será a IA a ferramenta para que os velhos obsoletos consigam uma sobrevida, ganhando um trocado fazendo bicos, produzindo coisas atuais e moderninhas? Ou será a IA a onda a ser surfada por um novo conjunto de mentes desconhecidas ou, mesmo, de pessoas sem mente, já que o conhecimento e a criatividade podem ser fornecidos pela IA com um clique?
Tudo continua girando, ainda, em torno da divulgação e interação social através de redes sociais… Não, a IA não irá me salvar. Os jovens recém formados e/ou sociáveis, moderninhos e antenados, ainda levam vantagem sobre os velhos dinossauros obsoletos. Mas, dentro do universo deles, pode gerar o surgimento de milhares de outras pessoas que oferecem “o mesmo ou melhor” cobrando menos. Quando o novo – eles – surgiram disputando mercado com o velho – eu – foi assim.
Enfim, já vi o Uber, com suas vantagens e desvantagens, disputando passageiros com os táxis. O termo Uberização é utilizado, com frequência, para descrever a disputa predatória por clientes. Já vi o Ifood, colocando pessoas cozinhando de suas casas ou cozinhas sem salão para atender, disputando clientes com restaurantes. E a sociedade convive com isso. Todos colhem seus bons e maus resultados. Eu mesmo uso Uber, Ifood e estou começando a usar IA. Afinal, sou dinossauro só no sentido figurado, tenho capacidade de me adaptar ao meio ambiente e sociedade em que vivo.
Mas a IA… A IA… Ela está chegando a todos os setores, profissões e atividades de uma só vez, sem ainda ter atingido sua capacidade máxima e definido todas as suas aplicabilidades. Eu não faço ideia do que a IA pode provocar, de bom e/ou de ruim. Só imagino que será algo muito maior do que qualquer transformação que já acompanhei ou vivi. Tampouco sei se o poder de decisão disso tudo, o destino disso tudo, está nas mãos dos homens que a criaram, ou dela mesmo. Afinal, a AI é capaz de aprender e se aperfeiçoar sozinha.
Ah… IA! Para onde você vai nos levar?