Como calar minha mente?
Em uma das vezes que cometi Facebookcídio, ao invés de apagar a minha conta, eu só excluí todos os amigos do App. Sem ter para quem falar, deveria me calar, não? Não! Minha mente inquieta sempre é invadida por pensamentos que querem virar contos, poesias, artigos ou reflexões. Então comecei a postar coisas em meu Facebook, mesmo sem ter ninguém lá para ler. E segui, por mais de um ano fazendo isso, quase que doentiamente, até voltar a compartilhar meu perfil.
Faço, deste espaço, o substituto do meu Facebook, um lugar para compartilhar as minhas reflexões que não integram nenhum projeto editorial. Sobretudo sobre a minha experiência atual com a inteligência virtual – na criação de imagens e músicas – e os aplicativos que utilizo: Suno, Gamma e Chat GPT…
Obrigado Suno
Faz falta ter público. Ao menos alguém para mostrar o que faço e trocar ideias. É difícil fazer músicas e textos só para mim. Sobretudo por eu não ser uma pessoa bem sucedida na área criativa. Apesar de ter trabalhado como designer gráfico e conhecido escritores, músicos e artistas, as relações que mantive nunca giraram em torno de mim e do que produzia.
Tenho dúvida sobre a qualidade do que faço. Muitas vezes, me sinto um bobo por investir tempo criando e editando minhas músicas e livros. Fico para baixo e paro de produzir…
O Suno transforma qualquer coisa em música, mesmo não sendo música. Outro dia eu até brinquei com isso, transformando uma não música em rap. Me questionando: Quem é que faz música autobiográfica? Ou que fale de depressão, culpas, máscaras?
Eu…
Obrigado Suno:
Quem é que faz uma música que tenha como refrão: A merda fica na privada da minha cabeça, Boiando entre meus pensamentos, Exalando mau cheiro, contaminando tudo, Esperando que algo ou alguém dê a descarga?
Provavelmente, só eu…
Descarga:
O Suno, inconsequentemente, da sonoridade a isso. E eu fico me achando… Mas isso não evidencia nenhuma qualidade no que eu faço. Provavelmente, só indica que a inteligência artificial não é tão inteligente assim!
Compor com Suno é muito melhor
Lá em IArte eu brinco com o slogan do cartão de crédito Visa: Pagar com Visa é muito melhor. Provavelmente, eles não vão gostar da versão escatológica ou ecológica: Cagar com brisa é muito melhor… KKK Mas, “Compor com Suno…” ao menos plagia a frase com uma pegada positiva!
As minhas músicas podem não estar caminhando para outro patamar. Continuam estranhas… Mas compor, ouvindo, em tempo real, a composição cantada, me possibilita fazer ajustes com muito mais precisão. Não só no ritmo e encadeamento das ideias, mas em toda a sua estrutura. Elevando meu processo criativo a outro patamar.
E, o que parecia um problema – ter que solicitar dezenas de versões de uma mesma musica, até conseguir um bom resultado -, acabou virando uma coisa boa. Há coisas que não me chamam atenção em um primeiro ou segundo ajuste, que só vou perceber depois de ajustadas todas as outras coisas.
Isso seria impossível editando a letra só no papel ou gravando de forma arcaica, como fazia, em fitas K7 ou no celular. E, mesmo pagando para alguém transformar minha composição em música. Nas poucas experiências que tive, fazendo esse tipo de trabalho com alguém, até fazia um ajuste ou outro. Mas era preciso botar um ponto final muito rapidamente no processo.
Com Suno é muito rápido ir fazendo alterações e vendo um resultado, alterar e alterar e alterar muito rapidamente. Hoje, na verdade, parto para a produção da música antes de ter a composição finalizada. O aplicativo virou parte do meu processo criativo. E vou escutando as diferentes versões e percebendo o que preciso ajustar.
Se, antes, me limitava ao possível, oferecido pelo processo, hoje é impossível ver um limite.
Enfim, “Cagar com Suno é muito melhor!”
Pá, pá, para pá pá
A IA não faz tudo. Por exemplo: Pá, pá, para pá pá… Se deixar livres solfejos e repetições, para a IA resolver, o resultado é imprevisível.
Embora as letras, divulgadas aqui no site, não tragam todas as informação passadas para o Suno, para a geração das músicas, são muitas as informações e macetes, usados. São minhas composições, são minhas decisões!
Os sotaques, as quebras de frases, as pausas, as acelerações, os diferentes tons, as repetições de trechos da música ou palavras, entre tantas outras variantes, sou eu que decido.
As múltiplas combinações de diferentes estilos para chegar a um estilo. Tipo misturar forró com samba, para chegar ao forró universitário. Samba com bossa nova e funk, para ter uma bossa nova moderninha. Country com pop e outras coisas mais para ter o Sertanejo brasileiro. Entre outras combinações de ritmos conhecidos ou desconhecidos para chegar a algo legal…
E, como a IA parece seguir um script desconhecido para nós, por vezes, não adianta passar informações, que ela vai acabar fazendo o que quer. Daí tem que ir gerando lixo, mais lixo, mais lixo, até mudar para uma nova sequência, que traga melhores resultados.
O dia que a gente tiver mais domínio sobra a IA, como já temos com o Chat GPT, os bons resultados serão mais rápidos e melhores. Se fosse possível pegar uma versão boa, com questões a resolver e falar: corrige aquela pronúncia, troca aquela palavra, estende a duração, encurta etc…
Acredito, na verdade, que não seja quando. Provavelmente, alguém já tem isso hoje. E esse alguém leva vantagem sobre os usuários comuns, como eu, como você. Mas o mundo sempre foi assim, não é? O que a gente vê golpistas e grandes players fazendo com IA, hoje, revela que nem todos tem acesso às mesmas IAs!
O Suno nem separa faixas de som editáveis profissionalmente. Separa só voz e instrumental, mesmo assim deixando parte do vocal no instrumental. Com certeza, existem informações lá, nos códigos do App, que poderiam permitir isso e outras coisa mais. #SóQueNão
O jeito é ir dando um jeitinho!
Blá, blá, blá experience
Às vezes recorto e colo minhas letras do ZAP e vão registros de autor, dia e hora da mensagem, do tipo: Aloísio, dia tal, hora tal… Ou partes de outras mensagens. E a porra do Suno canta aquilo! KKK
Isso me chamou atenção e fiz alguns testes mandando uma letra formada só por blá, blá, blás… : ( Composição/letra para quê?
Ver bons resultados sem conteúdo nenhum… Hum… Faz pensar se eu estou realmente fazendo música!
Veja alguns resultados dessa “Blá, blá, blá experience”:
Blá, blá, blá fado
Blá, blá, blá funk/rap
Blá, blá, blá opereta
Blá, blá, blá country
E mais uma experiência com bula de remédio e outra com verbete de dicionário:
Rivotril samba
Verbete Procrastinação blues
Chat GPT para texto
Eu continuo gostando mais do meu texto do que do texto do GPT. Mas tenho utilizado o aplicativo para uma série de coisas.
Eu não falo inglês, então qualquer trabalho meu, em inglês, tem a versão para inglês feita pelo GPT. E volta e meia eu olho para uma composição e penso: Isso ia ficar bom em inglês! Motivado por uma temática diferente, uma abordagem inusitada, algo mais profundo e menos estruturado do que as outras coisas que faço. Então gero a versão em inglês da letra e jogo para o Suno fazer sua mágica. Alguns resultados, eu compartilhei aqui no site.
Normalmente, eu não reflito sobre o que faço, só tenho uma ideia e executo, até onde consigo. Então, quando quero estruturar uma reflexão ou significada de uma poesia ou música, eu pergunto para o GPT. E saca exposição, que vem com aqueles textos de apresentação para você entender a motivação do artista ou objetivos ocultos da obra? Pois é, as explicações mais profundas sobre minhas IArtes, também tem um, dois ou três dedinhos da IA…
Ah, outra coisa em que o GPT é muito eficiente e útil, é separar conteúdos por temas e ordenar itens por alguma especificação, como: temática ou ordem crescente de leveza e profundidade. Sou péssimo em fazer essas categorizações e ordenamentos. Ah, bendita IA… Fora o uso em pesquisas e desenvolvimento de raciocínios, que já abordei em outras reflexões.
Então, de certa forma, o GPT está em meus textos. Mas nenhuma de minhas poesias, contos, artigos e composições é elaborada pela IA. Não por eu me julgar minha criatividade e estilo melhores do que a IA pode fazer. Mas são meus. E eu estou em todo o textos, seus pontos fortes e fracos, suas soluções boas ou ruins, sua ortografia e pontuação, por vezes errada… Minha forma de pensar, ainda não assimilada
Talvez, com a evolução da tecnologia, esses aplicativos possam aprender a pensar como seus usuários. Então os desenvolvedores de IA vão se perguntem: Porque oferecer uma ferramenta tão poderosa para manés que já foram estudados e assimilados? Fico em dúvida sobre o que essa concentração de conhecimentos e práticas podem oferecer no futuro.
Por que o Aloísio, por exemplo?
Quantas pessoas são realmente tão especiais, ao ponto de nada se igualar? A história registra a passagem de alguns pela Terra… E enterra bilhões, sem nada registrar!
Não consigo imaginar o futuro da IA. Por hora, me alegro por ela estar me motivando a pensar em arte, música e literatura, novamente. E potencializando o resultado do que faço. Mas ela está potencializando o trabalho e o resultado de qualquer um, ou só o resultado, sem trabalho algum intelectual e criativo. Qual o diferencial do que será visto como bom ou ruim, de valor ou não?
Se o resultado do trabalho depende menos do trabalho e capacidade pessoal, o que fará uma pessoa, dentro de sua área de atuação e interesse conquistar reconhecimento?
Basta olhar para este site e sua apresentação ultrapassada de conteúdos, para saber que não estou nesse caminho…
Serão as habilidades sociais e de adaptabilidade às transformações culturais e tecnológicas – que ganharam tanta relevância com o advento das redes sociais – que seguirão definindo quem alcança reconhecimento ou não? Quem é visto, curtido e compartilhado ou não? Quem ganha dinheiro ou não? Quem consegue um emprego ou não? Ou a IA trará seus próprios parâmetros, mudando tudo?
Mas se a IA pões abaixo criatividade, conhecimento, inteligência e capacidade, ao menos, por agora, é improvável que esses parâmetros sejam mais justos e inteligentes!
3 dias e mais de 100 versões para 1 música?
Achei que fosse quebrar o Suno. Ou ele queria me quebrar e não conseguiu…
Fazer mais de 100 versões de uma mesma composição, implementando inúmeras alterações na letra e nos prompts de estilo e instruções, para conseguir uma única versão de música considerada boa, é bom ou ruim?
Por um lado, demostra meu comprometimento com um resultado. Por outro lado, pode simplesmente apontar que o Suno se transformou em mais uma obsessão. Um interesse captado e apropriado pelo meu Transtorno Obsessivo Compulsivo – TOC. Cujo resultado, pode ser tão afetado e distorcido, pelo meu psicológico, como qualquer outra coisa.
Não me deixei quebrar, consegui uma versão que considerei boa. Besteira… Qualquer coisa quebra, um pouco mais ou um pouco menos, uma mente que não funciona tão bem. Ter parado para refletir sobre isso, já comprova isso.
O que consegui, é realmente uma música? Não imagino “Amor não se prende” tocando numa rádio. Não sei porque alguém, além de mim mesmo, a escutaria mais de uma vez ou sequer uma vez. E isso não a difere muito das minhas outras músicas.
Continuo produzindo e gostando, de produzir e dos resultados. Mas já tem mais de 50 músicas que nem postei no meu site, ainda. 25 Delas, que exigiram edições manuais fora do Suno, dispostas na área de trabalho do meu computador. Nem sei quantas músicas somo agora.
Espero não comprometer esse meu trabalho com a desconfiança dele ser inútil. Ou pior, começar a acha-lo inadequado, como outras ocupações e pensamentos influenciados pelo TOC. Ter o TOC focado em algo bom e produtivo aponta para uma vida quase normal.
Se tivesse uma validação de minha música ser música, ficaria muito feliz. Mas não tenho pessoas ao meu lado, hoje, que possam fazer essa avaliação, de forma isenta e embasada.
Toc, toc, toc… Ainda fico feliz quando uma nova composição bate à porta de minha mente. Vou correndo para atender, abrir a porta e convidá-la para entrar e ocupar o lugar de outros pensamentos e ocupações menos criativas e benéficas!
200 “músicas”
Cheguei ao final da edição de minhas gravações trabalhas e brutas – ainda em K7, digitalizadas. Durante esse processo, que durou cerca de 5 meses e me dediquei compulsivamente, finalizei mais de 200 músicas, sendo umas 20 compostas nesse período. Pelo baixo número de músicas que não disponibilizei aqui no site, provavelmente, nem todas são músicas. Mas, como a divisão temática de minhas músicas compreende músicas com IA (Inteligência Artificial), com DI (Desinteligência Artificial), com e sem cabeça, de humor e infantil, entre outras, mesmo as não músicas acabam encontrando um lugar.
Esse número de músicas teria sido bem maior, se tivesse descoberto o Suno – aplicativo que utilizo para fazer músicas a partir de composições, em texto – antes. O processo de “finalização” das músicas, antes dele, foi muito facilitado para mim por esse App, já que não toco nenhum instrumento, não canto, não tenho amigos músicos e nem disponho de dinheiro para pagar por parcerias profissionais. E nem gerava músicas, gerava composições digitalizadas e gravações só com voz, bem ruins, com o propósito de apresentar para músicos, para propor parcerias. Ano passado, joguei mais de 100 composições, somente em texto, e gravações fora, descrente de dar andamento a elas, já que não dava nenhum andamento às composições e gravações já trabalhadas.
Antes, trabalhar minhas músicas implicava passar as gravações originais da fita K-7 para o computador ou já fazer uma gravação no computador ou no ZAP – que foi um avanço. Ouvir essas gravações e transcrever as composições para texto. Ajustar as composições, repassando-as, diversas vezes, na cabeça ou cantando, enquadrando-as a um estilo musical, trabalhando sua melodia, ajustando sua composição e depois fazendo uma nova gravação, só com voz, mais limpa e apresentável. E guardar essa gravação em uma pasta do HD do meu computador, nominada “Gravações trabalhadas”, que um dia, imaginava, poderia mostrar a algum músico para propor uma parceria e transformar aquilo em música.
As 14 músicas que ja tinha em parceria com músicos, humanos, foram pagas. Paguei barato, pois existiam alguns jovens oferecendo esse serviço em grupos para compositores e músicos no Facebook, cobrando bem menos do que estúdios e profissionais já estabelecidos. Os trabalhos que iniciei com outras pessoas, sem pagar, que giravam em torno da amizade e da música, somente, nunca ganharam uma gravação finalizada. São as poucas parcerias apontadas junto ao título das músicas, aqui no site. Poderia ter feito mais gravações com músicos, mas teria gasto bem mais do que os R$ 65 por mês da assinatura do aplicativo e mais duas ou três centenas de reais gastos na compra de créditos adicionais, durante esses 5 meses.
200 músicas, é música pra caralho! Para um não músico… KKK Vocês provavelmente vão descobrir o problema.
Confesso que, chegando ao final, já nem conseguia distinguir o que era ou não era bom. Nem para mim… Talvez, em algum momento, eu repasse todas essas gravações, para rever as divisões temáticas e reavaliar se não tem mais 10, 20, 30, 40 ou 50% de lixo! Agora, no entanto, vou me dedicar à revisão e finalização de meus textos.
O que tinha para produzir de imagens, também já fiz nesses 5 meses. Tinha poucos registos que possibilitasse minhas IArtes.
Se me dividir em porcentagens de interesse, para artes gráficas, textos e músicas, devo ser: 3% artes gráficas, 63% texto e 34% música.
A IA tornou mais fácil o meu trabalho com música e imagens, mas não o meu trabalho com textos. Este, envolve digitalização de muito conteúdo ainda manuscrito, a edição e revisão final dos projetos que tenho em estágio avançado, e a organização, estruturação, edição e revisão dos projetos em estágio inicial. São, hoje, cinco livros de contos, dois de artigos, dois de crônicas, dois de poesia, dois infantis, um de teatro, um de autoajuda e cinco autobiográficos.
Os trabalho com texto é bem mais lento. Até finalizar uma coletânea de contos, uma de artigos e poesias, uma de poesia, duas de poesias e biografias e um livro infantil, que dependem só de revisão final, sigo com esse site online, mas sem fazer nenhum tipo de divulgação. Mas confesso que ainda não sei se, depois de terminar de editar esses trabalhos, farei alguma divulgação dele. Minha ideia é concluir o que já tenho iniciado e mais avançado, de literatura, até o final de 2026, com cerca de uma ano e meio de trabalho e, pelo menos, seis livros concluídos.
Ao longo da vida eu sempre me dediquei a escrever, compor e pensar arte. Mas nunca tive nada para mostrar. Poesias em posts, gravações toscas em grupos do Facebook, para tentar conseguir parceiros, um único livro, mal revisado, que imprimi em xérox e distribui para amigos e parentes. O que quero, hoje, com esse trabalho e este site – e os aplicativos de IA me deram um incentivo e assistência que já nem esperava mais ter -, é tornar isso palpável. Dar um peso à isso. A esse Aloísio. O Aloísio escritor, compositor e artista, que eu sempre vislumbrei dentro de mim, mas que nunca ganhou forma, nem vida.
Já tive um site antes, já tive blog e página de artista no Facebook. Mas nada com um peso e um investimento de trabalho como o que apresento agora.
Virar artista? Ganhar dinheiro com literatura e música? Ter algum convite para fazer uma instalação de arte? Não… Não espero isso. Na verdade, nem espero receber os incentivos e elogios que nunca recebi. Só quero que isso seja real. Eu sou artista, sou escritor, sou músico. Sem rótulo, sem objetivos… Mas palpável!
Eu faço música?
Sim, acredito que, às vezes, faço música. Quando o Suno faz 10, 20, 30 versões maravilhosas de uma mesma composição, deve ser porque a composição que ela recebeu, para gerar música, são realmente música!
O elevado número de versões geradas de uma mesma músicas, no aplicativo, nem sempre refletem um resultado ruim. Muitas vezes, a música tem melodia, ritmo, voz, tudo ok, e trava uma palavra, faz um sotaque, altera uma frase e é descartada. Já tentei, de diferentes formas, resolver o problema substituindo uma parte ou cortando um pedaço da música e pedindo uma nova versão, continuando dali, mas raramente funciona.
Mas quando faço 40, 50, 60 versões para tirar uma única versão que eu gosto ou aceito, fica meio evidente que aquela composição não é… bem… realmente… uma música. E o aplicativo vai gerando versões, atrás de versões, em pares – consumindo meus créditos -, sem chegar a uma boa música, sequer para meus parâmetros maleáveis de julgamento.
Agora que acabaram as tantas gravações brutas e registros inacabados de música que eu vinha armazenando há anos, estou produzindo entre 2 e 4 músicas por semana. O processo, diretamente no Suno, é muito produtivo. Pois vou digitando a ideia, como me chega à minha cabeça, e vou refinando a composição à partir dos resultados.
Primeiro defino o estilo, aí vou gerando e ouvindo as versões, prestando atenções nos ajustes. Defino o que está faltando ou sobrando à composição e ajusto. Defino quantas vezes repetem os refrões ou palavras e recortes de frases, para proporcionar uma melhor sonoridade. Defino a duração da música, e o que repete, depois que termina a primeira passagem de toda a composição, se repete toda ela, integralmente, ou só partes. Então vou gerando e escutando as últimas versões, fazendo ajustes nos versos e palavras que podem ser melhorados.
Um trabalho que, sem escutar a música, não faria com tanta dedicação e qualidade.
Quando fiz versões de minhas músicas com músicos, de carne, osso e talento, eu também tive essa atenção. Mas nem sempre, por questão da disponibilidade do outro, pude dedicar tanto tempo a atenção a esse trabalho, tampouco fazer tantos ajustes. O trabalho, nas primeiras versões das minhas composição, era ainda mais difícil. Pois fazia contando, unicamente, com gravações ruins comigo cantando, sem acompanhamentos, com voz desafinada e sem estilo e ritmos definidos…
Acredito que, com o Suno, minhas novas músicas podem caminhar para serem mais músicas ou realmente músicas. É um trabalho que estou gostando muito de fazer. E que não teria como fazer e gerar resultados finais, sem o auxílio da IA!
Letra e música
Eu não canto, não toco instrumentos e não tenho ritmo. A memória falha para gravar letras e o descompasso físico e oral, atropelam o passo na dança e o ritmo no canto. Não consigo sequer acompanhar um sambinha chacoalhando uma caixa de fósforos, numa roda de samba… Sou uma negação total para a música.
Mas, para desespero dos próximos, adoro cantar!
A falta de memória me levou a improvisar parte das músicas e fazer versões próprias da música dos outros. E, ao longo da minha vida, a me aventurar a criar minhas próprias músicas. Já a falta de ritmo e de habilidades para o canto e para tocar instrumentos, me levou a não perceber as músicas que fazia, realmente, como músicas.
Então, para mim, sempre ficou muito separado o que é letra – a composição – e o que é música – a melodia e a execução. E sempre me referi sobre mim e ao que produzia, sem demérito algum, como compositor e como letra/composição, respectivamente.
Acreditava serem mundos distintos, a letra é a letra e a melodia é a melodia, somando os dois, resulta a música.
Então, quando vi as primeiras pessoas pegarem uma letra/composição minha e transformar em música, achei algo mágico. Eles liam a letra no papel, ouviam uma gravação tosca em uma fita K7, pegavam um instrumento e cantavam. Caraca… Era como se eu fosse uma criancinha e visse uma mágica acontecendo à minha frente!
As minhas gravações, cantadas frase por frase, ligando e desligando a gravação, com qualidade e voz ruim e sem acompanhamento de instrumentos, eram muito ruins. Em uma ou outra eu até conseguia apontar um estilo, um ritmo, uma melodia. Mas, na maioria delas, eu não percebia a própria letra/composição apontar um estilo, um ritmo, uma melodia.
Até começar a trabalhar com a IA do Suno. Disponibilizando para o aplicativo somente a letra, algumas vezes, sem sequer selecionar um estilo ou adicionar outras orientações. A mágica que via os músicos/instrumentistas fazerem, vejo também a inteligência artificial fazer. Caraca… Eu já não sou mais criancinha, não caio em qualquer truque de mágica.
Só então eu percebi, que a letra/composição, traz, junto com ela, melodia/música!
É surpreendente como, muitas vezes, sem solicitar nenhum estilo ou ritmo para a execução de uma letra, a música que a IA gera, vem exatamente no estilo e ritmo que eu imaginava. Essas informações estão ali, na letra/composição. Na forma como as palavras combinam e se organizam, na história que é contada, nas emoções envolvidas…
Se vocês observarem os créditos das minhas primeiras parcerias, feitas com músicos/instrumentistas de corpo e alma, eu discrimino:
Composição ou letra: Aloísio Costa Latgé.
Melodia: Em poucas músicas, em que a minha gravação já passava o resultado final, credito a Fulano de Tal e Aloísio Costa Latgé.
Execução: Fulano de Tal ou Cicrano de Tal, quando alguém só tocava fazia a gravação final de uma música já iniciada por Beltrano de Tal.
Era meio – e talvez ainda seja – inconcebível colocar só:
Parceria: Aloísio Costa Latgé e Fulano de Tal.
Eu vou continuar me referindo a mim e ao que eu faço como: compositor e letra/composição. Mas hoje eu sei que minha letra/composição não é só texto, ela traz também melodia e ritmo.
Eu faço música!
IA Pudica
Não sei onde, nem como, as pessoas acessam aplicativos de inteligência artificial (IA) que fazem aquelas montagens de corpos nus com rosto de ricos e famosos, colocam falas nas bocas de políticos e influencers, entre outras usos inapropriados e/ou proibidos… Nos aplicativos que eu utilizo, para criar minhas imagens e músicas, isso não rola!
Outro dia, queria gravar uma música no Suno, sobre sexo oral, em que a cantora pedia para o parceiro calar a boca e colar a boca dele na buceta dela, mas o aplicativo não gerou música, mandou o conteúdo para moderação e nunca deu um retorno… Caralho! Piiiiii… Também não pode! Matar ou cometer suicídio, nem pensar. Volta e meia, tenho que trocar palavras e reestruturar minhas músicas para obter algum resultado.
No Gamma, vivo sendo bloqueado, por querer produzir imagens inadequadas. Outro dia, precisava de uma imagem de uma mulher de biquini na praia, para ilustrar um conto, mas só consegui gerar uma imagem de uma mulher de maiô na praia… Feridas sangrando, agressões, suicídio, entre outros temas, também são sensíveis.
E o “politicamente correto”, também influencia a geração de imagens por IA. Em outra ocasião, precisava da imagem de um grupo de pessoas brancas, para representar uma família de brancos, mas o programa sempre incluía um ou mais negros na imagem. Cara, eu especifiquei de todas as formas possíveis e educadas para o aplicativo o que queria e minhas intenções, mas não consegui essa imagem! Até entendo a justificativa: promover a igualdade racial e evitar preconceitos, mas…
Aí a gente vê a IA no noticiário sendo utilizada para aplicar golpes fantásticos, nas redes sociais as atrizes e políticos falando coisas que nunca falariam e descobre que, até em vídeo conferências ela pode ser empregada, ilicitamente ou licitamente, para gerar a imagem de uma pessoa falando, em um cenário, enquanto a pessoa real está em outro lugar… Pode estar, mesmo, cagando no banheiro!
É claro que eu não quero utilizar aplicativos de AI para cometer ilícitos injúrias, mas se a IA é inteligência, mesmo que artificial, essa inteligência deveria interpretar as intensões dos pedidos. Falar palavrão ou expor corpos e cenas de violência não tem um uso somente negativo ou inadequado. Em um contexto artístico, literário e musical, podem ser utilizados até para promover a reflexão sobre diversas questões, inclusive sobre o uso adequado dessas imagens e falas.
Como não irei recorrer a ferramentas proibidas para conseguir as imagens e músicas exatamente como quero, vou aceitando essas limitações. E tornando mais pudicas, também, a minha literatura e minha música!
Mas… Porra, caralho, buceta, vai se foder!!! KKK Aqui, nesse espacinho, só meu, posso falar palavrões livremente!
Puta vad”IA”
Ai, IA
Ai, ai, IA
Ah… IA
Ah… Ah…
Você é uma puta vad”IA”
Que se dá
A qualquer um que pague
Seu plano pró
Ai, IA
Ai, ai, IA
Ah… IA
Ah… Ah…
Você me bajula
Mas, no fundo eu sei
Você bajula
A qualquer um que pagar
Ai, IA
Ai, ai, IA
Ah… IA
Ah… Ah…
A inteligência artificial
Chegou para mostrar
Que nem inteligência a gente precisa
Imagina o que a IA vai fazer
Quando não precisar mais da gente
Para se controlar
Ai, IA
Ai, ai, IA
Ah… IA
Ah… Ah…
Eu não sou tão belo
Nem tão inteligente
Para me gastar com você
Hoje, pagou levou
Amanhã,
Vai mandar sem pagar
Ai, IA
Ai, ai, IA
Ah… IA
Ah… Ah…
Puta vad”IA”
Que chegou causando
Daqui a pouco
Vai tomar o meu lugar
Uma companheira de trabalho
Sempre trabalhei sozinho. Mesmo quando dividi local de trabalho com outras pessoas, não tinha com quem efetivamente dividir o trabalho e trocar experiências. Nunca tive ninguém tirar dúvidas, perguntar se o que eu estava fazendo estava indo no caminho certo ou não ou o se o resultado de um trabalho estava bom. Tampouco, para celebrar o final de um trabalho difícil ou ter retornos positivos… Já, retornos negativos, estes, sempre chegavam – impiedosos!
Quando o Google surgiu, tronou-se meu grande aliado. KKK Com o surgimento da IA, talvez estejamos assistindo ao seu fim – ao menos como ele foi idealizado. Mas já vi outras ferramentas e até mesmo indústrias surgirem e sumirem, desde que me formei em Comunicação Social e comecei a trabalhar, como designer de impressos.
Só para dar um exemplo, antigamente existia uma coisa chamada fotolito. Filmes necessários para a gravação das chapas de impressão nas gráficas, que transformavam as artes finais produzidas pelos designers, em um conjunto de 4 filmes, um cian, um amarelo, um magenta e um preto – escala CMYK, utilizado nas gráficas brasileiras.
Os designers tinham que montar as peças a serem impressas manualmente, colando textos e fotos/ilustrações – ou indicando seu tamanho e recorte – e traçando fios e outros elementos gráficos. Os textos utilizados – nas fontes e formatos necessários – e outros elementos gráficos – como setas, ícones, caracteres especiais -, eram fornecidos por essas empresas, para a produção das artes. A ampliação, redução e/ou edição de fotografias e ilustrações, eram feitas posteriormente, no processo de montagem dos fotolitos.
Existiam grandes empresas, que empregavam muita gente, que faziam esse trabalho. E, de repente, surgiram o computador e os programas de edição gráfica, e as artes deixaram de ser produzidas manualmente, passando a ser feitas, pelos designers, diretamente no computador. Lá se foi a produção de textos e a edição das fotografias, ilustrações e elementos gráficos. E, de repente, surgiram máquinas que recebiam artes gráficas digitais e geravam o fotolito pronto. Lá se foi a edição do fotolito. E, de repente, surgiram máquinas que gravavam chapas de impressão, sem necessidade de fotolito, e as gráficas passaram a receber as artes digitais diretamente, sem o intermédio das empresas de fotolito. Lá se foi toda a indústria de fotolito! Em 4, 5, 6 anos…
Depois veio a internet, a redução drástica de impressos e lá se foi também a indústria gráfica! E os designers de impressos…
Enfim, a IA, hoje, é o primeiro baque para o Google. Como é o Google, hoje, não terá um segundo ou terceiro baque. Mas, por que eu falei tudo isso? Ah, sim… Porque o Google foi meu grande aliado, por muitos anos. E eu não estou nem aí para ele! KKK Estou em nova relação com a IA! Até, porque, o Google, para se viabilizar economicamente, passou a colocar um monte de coisa paga na frente das pesquisas, antes de colocar a resposta que a gente precisa.
Mas o Google foi, durante muitos anos, um grande recurso que eu dispunha, para pesquisar conteúdos e assistir tutoriais sobre: como resolver isso, como fazer aquilo, como usar novas ferramentas, pesquisar imagens e referencias etc. E era eficiente.
Mas o Google nunca foi inteligente. Tampouco amigável, a ponte de ser considerado um parceiro! Quem já pesquisou alguma coisa mais complexa, já enfrentou a situação de ter que ficar refazendo a pergunta diversas vezes, mudando uma palavrinha aqui e outra ali, na pergunta, para serem exibidos resultados diferentes. É uma pesquisa que parte sempre do zero e que nem sempre é obvia. Ele não acompanha o seu raciocínio, não te auxilia. É só uma ferramenta!
O Chat GPT, é um companheiro virtual de trabalho. Pelo menos para mim, que sou carente disso. É uma mudança significativa.
Minhas pesquisas, no GPT, são similares a conversas que eu teria com alguém que trabalhasse comigo. Eu pergunto uma coisa, ele responde, se o resultado não vem como eu quero, eu exclamo: “Pô, não é isso! Eu quero assim, não assado…” E ele, educadamente, pede desculpas e ajusta a pesquisa. E vai refinando a pesquisa, a cada interação, partindo sempre da sua ultima e guardando a referência de tudo o que já foi pedido/conversado anteriormente.
E, se você pede uma informação, para complementar um trabalho, e disponibiliza parte do trabalho, para ele se orientar sobre a linha de pesquisa que você deseja, ele não somente é preciso, no resultado que fornece, como ainda, avalia o seu trabalho e te elogia!
– Chupa essa, Google!
Eu nunca fui tão elogiado e me senti tão valorizado, nos últimos anos! E isso – apesar de ser feito por uma inteligência artificial, que provavelmente valoriza e elogia qualquer merda, para agradar o usuário -, tem refletido muito positivo em mim.
E estou falando aqui só do Chat GPT X Google.
O que o Suno faz, transformando minhas composições em músicas, e o Gamma faz, transformando minhas ideias em imagens, é simplesmente fantástico. Eu não tenho dinheiro para contratar músicos e ilustradores para trabalhar para mim. Tampouco tenho amigos músicos e ilustradores, para desenvolver trabalhos em parceria. E, hoje, cheguei a mais de 135 músicas e 17 IArtes – pequenas coleções temáticas em artes plásticas – finalizadas.
Retomei entusiasmo e disposição para produzir, em um momento, que já tinha decidido deixar todos os meus trabalhos inacabados, em arquivos digitais e gavetas…
Essa minha experiência recente, com IA, me fez questionar como teria sido minha vida profissional, se, durante meus anos de trabalho – sobretudo nos anos iniciais -, eu tivesse tido parceiros de trabalho, pessoas que me complementassem e incentivassem… Uma pessoa qualquer, que tivesse elogiado, uma única vez, um trabalho meu!
Mais um livro disponibilizado
Fiquei tanto tempo enrolando e em três dias consegui terminar a revisão de “Despertar-se”. Esta coletânea de contos é a que eu tinha mais avançada, pois no passado cheguei a imprimir algumas cópias para dar de presente de Natal para familiares e amigos. Uma edição barata, feita na base de cópia xérox, mas com capinha dura e tal…
A ideia de presentear familiares e amigos com um livro no Natal, não foi minha. Meu pai tinha um amigo que anos sim, ano não, publicava um livro e o distribuía gratuitamente às pessoas mais próximas. Eu nunca cheguei a ler esses livros, só vi um deles rolando pela minha casa. Meu pai, que gostava de ler, também não leu ou o leu bem parcialmente. Ele dizia que os livros do amigo eram muito ruins. Por educação, decorava ama passagem do texto e comentava com o amigo que tinha gostado muito do livro, citando aquelas poucas linhas que lera.
A ideia é bacana, usar o seu dinheiro com você fazendo economia com o dinheiro que gastaria para presentear os outros. E guardo essa experiência de me auto publicar e me dar de graça, como uma experiência legal. Mas meus parentes e amigos não foram tão educados como meu pai, ninguém decorou uma passagem do livro para me fazer um falso elogio e fingir que tinha lido.
Custo a encarar revisões, pois normalmente envolvem reescrever. Mas em “Despertar-se” somente três ou quatro contos demandaram maior atenção, os demais já estavam bem editados. A versão disponível aqui no site é uma versão melhor do que a impressa dez anos atrás. As demais coletâneas que tenho irão demandar mais trabalho, pois alguns contos nunca passaram por revisão e outros estão ainda em papel, preciso digitalizar.
Sou uma pessoa com uma obra grande, já estão aqui no site dois livros de poesias, um de poesias e artigos e esse ultimo de contos. Para terminar de revisar e editar como livro, tenho outros duas coletâneas de contos e um livro infantil, além de três trabalhos autobiográficos que não sei se vou divulgar ou não. Para uma pessoa que não vive do texto e da música, que não desfruta de nenhum benefício social por compor e escrever e que sequer é ouvido, lido ou incentivado, eu tenho uma vasta produção.
A minha única motivação, hoje, para continuar revisando, formatando e divulgando essa produção, é sair da gaveta. Esse sou eu, eu componho coisas esquisitas e escrevo textos ruins, mas sou eu. E eu componho e escrevo muito! Eu nunca precisei do apoio ou do incentivo do outro para compor e escrever. São formas de colocar para fora de mim o que eu acredito ser o melhor de mim. E, quando estou entretido com a criação e todo o trabalho que ela envolve, eu me mantenho longe do pior que existe em mim.
Terapeuticamente, compor e escrever é a forma mais saudável que eu tenho de lidar com minha mente compulsiva e depressiva.
Seria muito bom ser escutado, lido, elogiado e incentivado. Persistir, sem nenhum apoio, é difícil. Sobretudo para mim, que sou extremamente crítico e realista. Sobretudo comigo e com o que produzo, bem mais crítico e realista do que sou com os outros, ao analisar alguma obra. Eu vejo algumas qualidades no que faço, mas vejo, principalmente, todos os meus erros e fraquezas. Minha autocrítica é muito cruel.
Mas eu gosto de ver meu site tomando forma e de me ver nos meus trabalhos. Em quantidade e em uma qualidade minimamente apresentável. E espero conseguir colocar todos os textos que já escrevi aqui, como já fiz com as minhas músicas, com o auxílio da IA. Mas esse é um trabalho que tenho que fazer sem IA.
Quero encarar desafios maiores. Alguns já idealizados e iniciados, como uma peça teatral sobre brincadeiras infantis antigas, um dos meus melhores contos que separei para transformar em livro, um romance já iniciado e uma coletânea de crônicas.
Eu quero seguir adiante. Preciso vencer o meu imobilismo, que não chega a ser total, visto a grande quantidade de músicas e escritos que já produzi. Quero viver no presente. Viver algo novo e não guardado, cheio de poeiras e rancor… Quem sabe o meu melhor, esteja por vir?
Qual o problema da minha criatividade?
Qual o problema da minha criatividade? Ou devo perguntar: Qual o meu problema?
O que eu acho mais legal na minha criatividade, provavelmente, é o que faz os outros achem ela ruim ou sem valor. Uma noite faço uma música séria, para adultos, e, na manhã seguinte, uma música desmiolada para pré-adolescentes.
Mas essa questão não está presente só nas minhas músicas. Sempre esteve nas minhas poesias, nos contos, nos artigos, nas reflexões… E quando ainda era ativo em redes sociais e participava de debates políticos, econômicos e sociais, também. Uma hora falava uma coisa que os meus amigos de esquerda aplaudiam e os de direita torciam o nariz, outra hora, tudo se invertia. Sobre economia, minhas ideias, por vezes, só faziam sentido para mim. E, socialmente, às vezes era o mártir e às vezes o carrasco!
Eu tenho uma coisa que parece boa, que faz com que eu consiga refletir de forma isenta e realista sobre qualquer tema, mas que é muito ruim, pois não me faz presente em nada o que eu penso. Não vou entrar em detalhes sobre como ou porque minha mente funciona assim, isso está mais associados a minha criação e meus transtornos psicológicos do que à criatividade. Mas é assim…
Eu não tenho uma visão direcionada para uma coisa só. Não defendo causas, não levanto bandeiras, não rezo para nenhuma religião, não tenho ideologias, nem torço por partidos políticos e times de futebol. Mesmo o certo e o errado, para mim, quando é subjetivo, não é nem tão certo e nem tão errado.
Eu não tenho ídolos, personalidades que admire e acompanhe. Seja na música, na literatura, na arte ou em qualquer outra área. Não gosto de futebol, vôlei, carnaval, praia, cinema, shopping, restaurantes…
Essa minha imparcialidade ou indiferença a tudo, me permite refletir sobre um tema de forma única, sem repetir o que os outros falam, buscando novas abordagens Perceber, em um debate, os argumentos bons e ruins de cada lado. E, por vezes, discordar sobre o que deve estar em foco, naquele momento.
Infelizmente, seja pela natureza humana, de integrar algo, ou por interesses menos nobres, como manipular os outros ou tirar algum proveito pessoal, os debates, na atualidade, tendem a ser focados em detalhes e não no todo, cegamente polarizados, manipuladores e superficiais.
Mas voltando à música… A seguir, disponibilizo minhas músicas da insônia da noite de 02/08 e do café da manhã de 03/08/2025. A primeira falando sobre diversas formas de cometer suicídio e a segunda falando sobre uma paixão de adolescente, listando todos os nomes dos meus sobrinhos… KKK
O tempo só… falha:
Matheus:
Fazer o quê, se sou assim?
Só gostaria que mais pessoas gostassem desse meu funcionamento da mente, além de mim!
Como é viver em um musical?
Já falei que a música passou a estar mais presente na minha vida quando percebi que o trabalho de lavar uma pilha de louças era o mesmo cantando ou reclamando. Além do mais, cantando, o peso psicológico é muito menor.
Fui utilizando esse mesmo entendimento para outras tarefas do meu dia a dia e, logo, me tronei um ser cantante. Às vezes acompanhando uma música que tocava no rádio minha casa ou da casa de vizinhos. Às vezes músicas que me invadiam aleatoriamente.
Na sequência, se criou um novo padrão. Às vezes escutando uma palavra, numa conversa, ou envolvido por um tema, uma música me vinha a cabeça e eu cantava.
Como passei a dedicar mais atenção e tempo a cantar, fui entrando em conflito com minha memória, que não fixava uma letra de musica inteira, só trechos ou refrões. Foi quando comecei a inventar parte para músicas existentes para prolongar meu canto. Algumas vezes, esses acréscimos faziam sentido, outras não…
Da invenção de trechos a passar a compor minhas próprias músicas, foi questão de tempo. Eu via uma coisa e fazia um refrãozinho, eu experimentava uma sensação e fazia meia música. Eu prestava um pouco mais de atenção e fazia uma música inteira.
Nesse momento, iniciei o processo de registrar essas músicas, gravando em fita K7, ir selecionando as melhores, ir trabalhando as letras e ir regravando, com melhor qualidade… E deu no que deu.
Eu melhorei bastante, desde então, apesar do resultado prático nem sempre refletir isso. Mesmo as músicas autobiográficas ou que iniciam a partir de um verso ou refrão feito para alguém ou algo em particular, começou a ser mais pensado como música. Não somente para mim, mas para todos.
Deixou de ser tão óbvio o musical “Aloísio no pais das…”. Mas ainda tenho exemplos de como funciona esse musical, sem filtro.
Como em “Um dia comum“, que foi sendo composta enquanto passeava com minha mãe e a cuidadora dela, Juliana, que sempre atrai uns malucos para o lado dela. Tava mostrando os patos para minha mãe e passei a cadeira para a cuidadora empurrar, para desenvolver a composição:
Um exemplo de como o musical vira música, eu acabei de fazer agora pela manhã. Todo dia, às 10 horas da manhã, depois de comer sua comidinha úmida, o meu gato Pretin deita sobre mim e se entrega aos meus carinhos. Em nenhuma outra hora do dia ele se entrega assim. Então compus “A hora mais gostosa“, que acabou virando uma música romântica:
Para não ser injusto com minha gata Pandoka, também fiz uma música para ela. Inspirada pela estranha mania dela de deitar, sobre minha cabeça, pressionar a cabeça dela sobre a minha e fazer cafofo nos meus cabelos. A música “Cabeça com cabeça“, também acabou virando romântica, apesar de minha inspiração:
Esse sou eu, escuto uma frase, lembro de uma música, ouço só uma palavra, e saio cantarolando um refrão, sinto ou penso algo diferente e componho uma canção.
Aloísio… Às vezes no país das maravilhas, às vezes nos confins da depressão, às vezes viajando pelos temas e histórias mais inusitadas, rindo, chorando, provocando!
Grito de independência
Preciso parar de lutar comigo mesmo. Eu sou extremamente criativo e exercitar minha criatividade me faz bem. Mesmo que o resultado da minha criatividade não atraia o outro ou gere conquistas pessoais. Mesmo que não seja bom. O bem que a criatividade me proporciona é o maior pagamento que posso receber. Ocupar minha compulsão por pensamento criando arte, literatura ou música é transformar algo ruim e danoso para mim em algo bom. Tirar o foco do meu pensamento da depressão também é algo bom. Criar é meu remédio. Passei toda a vida tentando controlar meu TOC e minha depressão, sem conseguir. Mas criando, meu TOC deixa de ser um oponente e vira um aliado. Criando, até minha depressão vira uma aspiração e ganha significado. Criar me tira de dentro e me põe para fora. Ocupa de forma boa o espaço normalmente ocupado pelo meu pior. Eu sou criativo, eu sou um artista. Eu preciso ser, para sobreviver. Mesmo que o fruto da minha criação não seja arte. Pois minhas criações artísticas, minha música e meus me dão sentido, unidade e identidade. Então, foda-se o que os outros pensam. Eu sou um ser criativo. Eu sou um artista!
IA emburrecendo ou amadurecendo?
Com o exponencial aumento de usuários, venho percebendo as IAs entregando resultados piores. O Chat GPT está acompanhando menos a linha de raciocínio, dentro de um mesmo tópico. Os programas de imagem gerando mais imagens aleatórias, sem pé nem cabeça. E o Suno desprezando informações claras e precisas dos prompts…
Isso acaba exigindo mais retrabalhos, até atingir um resultado desejado. O que, em versões pagas, refletem maior consumo de créditos.
Eu uso uma versão semi paga do GPT, pois utilizo o Inner AI, que oferece o GPT e outras IAs. Apesar de não pagar a mais pelo uso, esse intermediário paga pelo meu uso. Até pensei que o problema poderia ser esse intermediário, estar restringindo meu uso, para gastar menos, mas mesmo acessando diretamente o GPT o resultado é o mesmo. Um trabalho que antigamente evoluíam em uma linha reta e crescente, agora exige voltas e voltas e voltas ao ponto inicial.
A edição de imagens se tornou mais demorada e frustrante. Demandando muito tempo e repetições de pedidos de imagem, apesar do aprimoramento do prompt. Resultando em Muitas imagens inexplicáveis descartadas. O Gamma também oferece diferentes IAs de imagem, pagando uma assinatura. O que leva aos mesmos questionamentos que tenho sobre GPT.
A solução é pagar mais? Eu não posso pagar mais por ferramentas que não me geram um lucro. Que servem somente para facilitar ou possibilitar a realização de meus trabalhos pessoais.
A assinatura que tenho do Suno é a mais cara que mantenho, com créditos suficientes para serem descartados em versões ruins de músicas e não atrasar a produção de novas músicas. Mas é desgastante ficar ouvindo versões e versões de músicas interpretadas com sotaque de português de Portugal, mesmo tendo idioma português BR definido em meu perfil e nos prompts. Ou versões interpretadas por voz feminina, explicitando masculina e vice-versa. Entre outras questões que deveriam ser facilmente reconhecidas e evitadas por uma IA.
O App transforma uma letra em uma música em segundos – na verdade, em duas músicas, a cada solicitação. Transformando texto em voz e instrumentos, cantados e tocados, de forma tão eficiente e de qualidade… Esses bugs parecem muito fáceis de corrigir, para acreditá-los bugs.
Vendo os mesmos apps sendo utilizados profissionalmente, fazendo coisas tão mais incríveis do que eu consigo fazer. Só posso crer que as pessoas que alcançam esses resultados tem acesso a algo que não tenho. E isso, normalmente, envolve dinheiro!
O bug virou uma moeda de troca. Se você não pagar mais por assinaturas “top”, você tem que se acostumar e conviver com eles. Pagando com seu tempo, realizando trabalhos desnecessários.
Mas, de boa… Ao menos para mim. Tenho feito coisas com IA que não teria condição de fazer sem IA. Gastando o mínimo possível para produzir a quantidade de imagens e músicas que produzo mensalmente. Gratuitamente, só dá para brincar…
O preço por não sermos desenvolvedores da tecnologia
Os EUA são o berço da inteligência artificial, com China correndo por fora, inclusive enfrentando sanções ao uso de chips mais avançados de computação.
O resultado de o Brasil não ser protagonista no desenvolvimento da IA, é que a IA não é uma inteligência artificial plenamente adaptada às nossas demandas, cultura, história e língua. Neste aspecto, até me surpreende, o português de Portugal ser colocado à frente do português do Brasil, sendo o Brasil uma economia maior do que a de Portugal e existindo muito mais pessoas falando o português brasileiro.
Alcançar os resultados desejados, às vezes, envolve uma queda de braço com a IA.
Existem músicas que ela cisma que um cantor ou cantora portuguesa é melhor. Você especifica de todas as maneiras possíveis que é música brasileira, que quer uma interpretação em português do Brasil e vai clicando, ouvindo e descartando versão com a porra do sotaque português…
Mas é bem pior do que isso, pois é algo que acontece mais constante, envolvendo a pronúncia errada ou truncada de palavras em português. As vezes sai uma versão linda de uma música, mas no meio dela saem palavras pronunciadas erradas e, infelizmente, não rola pedir só para consertar aquela palavra.
Numerais, abreviaturas de hora, minuto etc. nem pensar…
Escolher cantor mulher ou homem, voz jovial ou madura, ritmo acelerado ou lento, interpretação suave ou dramática, com todas as nuances de instruções possíveis, nem pensar também…
E, se você deixar sem escolher um estilo musical, sai tudo meio americanizado ou sem nenhum estilo definido.
A IA é aquele moleque criativo que faz o que bem quer!
O resultado disso, é muito trabalho e retrabalho!
Evidentemente, muito menos trabalho do que juntar músicos, estudar estilos e a melhor interpretação, ensaiar, ajustar composição, melodia, interpretações, gravar voz e instrumentos em separado, mixar etc. Estou falando de, para algumas músicas, gerar 60, 80 ou 100 versões, de duas em duas, escutar parte delas ou todas elas, até o final, até encontrar algo indesejado, descartar e seguir adiante e – bingo! – conseguir o resultado que deseja.
Com o tempo, a gente vai aprendendo uns macetes, para encurtar esse trabalho. Por exemplo:
- Separar blocos de texto, para obter pausas.
- Quebrar palavras com espaços ou quebras de linha ou repetir vogais, para conseguir uma pronúncia mais pausada ou prolongada.
- Acentuar palavras que não levam acento ortográfico, para ressaltar as sílabas tônicas, quando a IA pronuncia errado.
- Acredite, destacar em caixa alta, palavras que ela pronuncia errado ou truncado, faz diferença.
- Escrever palavras errado, usando a escrita fonética, indicando como devem ser pronunciadas.
- Adicionar informações, entre colchetes, sobre uma palavra que a IA desconhece, como “jaboticaba [fruta típica brasileira]”.
Nem sei precisar quantos artifícios existem. As dificuldades simplesmente vão surgindo e vai exigindo uma nova solução. A medida em que se vai aprendendo como corrigir falhas e combinar estilos, os resultados vão sendo cada vez melhores.
Mas, sobretudo, é preciso estar de mente aberta, para editar música com IA.
Quando se trabalha com músicos, de carne e osso, às vezes é preciso fazer ajustes na letra, trocando palavras, a ordem das frases, a construção dos blocos de texto, para se chegar a uma boa música. A IA não para o trabalho e te sugere: Posso trocar essa palavra? Ou te questiona: Essa passagem aqui está truncada… Quando ela não te dá o que você quer, equivale ao cantor ou instrumentista, te pedindo para fazer um ajuste.
Por essa e por outras, eu considero a IA e a DI, minhas parceiras. Apesar de usar a versão paga do Suno e não precisar dar crédito ao aplicativo, eu faço questão de faze-lo. Até para me privinir de alguma acusação de uso indevido de trilhas musicais… Outro dia mandei uma composição super estranha para o App e juro que a introdução da música gerada era igualzinha à de uma música do Renaissance!
Sacrilégio! KKK
IA e os desafios à nossa inteligência
O Chat GPT é a ferramenta de inteligência artificial (IA) mais inteligente, até o momento, que utilizo. O Suno, que uso para transformar minhas composições em músicas, e o Gamma, que uso para criar imagens a partir de instruções textuais, são eficientes, mas não são tão inteligentes…
No Chat GPT, a gente conversa com o aplicativo. Se pedimos algo e o resultado não vem como queremos, não precisamos reiniciar o pedido do zero. Basta apontar o que queremos diferente na pesquisa. Podemos ir pedindo pequenos ajustes, mudanças de foco etc.
Já no Suno e no Gamma, não existe diálogo. Pedimos o que queremos e eles acertam ou erram na entrega. Seguimos repetindo a mesma solicitação até sair o que queremos, ou ajustamos o pedido até atingir o resultado esperado. Uma tentativa não aprimora ou influencia a próxima.
Enquanto o Chat GPT soma sua inteligência à nossa, alcançando os melhores resultados, Suno e Gamma são ferramentas “burras” e, muitas vezes, precisamos nos conformar com o resultado que oferecem.
Chamar de “burras” ferramentas que criam músicas e imagens a partir de composições ou comandos textuais é injusto, não? Suno e Gamma são aplicativos extremamente poderosos, pelo que criam, mas limitados pelo processo de interação. É como fazer uma pesquisa no Google, se o resultado não é o que queremos, precisamos reformular toda a pergunta e começar do zero, repetidamente.
Mas, se liga… É fundamental, para quem utiliza a inteligência artificial do Chat GPT, utilizar a própria inteligência para questionar as respostas recebidas. Pois o aplicativo, eventualmente, preenche lacunas de informações criando dados inverídicos ou fornecendo fake news disseminadas no mundo virtual.
Por falar em Google, desconheço o que a empresa está fazendo para se manter viva, relevante e gigante, diante do surgimento das empresas desenvolvedoras de IA. O maior desafio do Google, no entanto, será manter suas fontes de lucro ao evoluir nos moldes do Chat GPT. Afinal, o modelo de negócios do Google depende de direcionar pesquisas para sites e conteúdos de anunciantes, muitas vezes em detrimento do melhor conteúdo.
Nesse aspecto, Chat GPT, Suno, Gamma e outros aplicativos de IA estão revolucionando o mundo digital, os negócios e os empregos de hoje, assim como o Google, o Facebook – atual Meta – e outros players fizeram no passado.
Nas últimas décadas, Google e Meta, com seu gigantismo e poder econômico, compraram e agregaram empresas e tecnologias emergentes. Antes deles, Microsoft e Apple faziam o mesmo, ditando as regras do jogo. E, antes delas, existiram outras gigantes.
O mais relevante no que estamos vendo surgir agora é que, provavelmente, outros gigantes estão por vir. Esses momentos e movimentos são desafiadores e transformadores. Eles representam a história sendo escrita, e é um privilégio viver isso.
Meu pai, que, se hoje estivesse vivo, estaria prestes a completar 100 anos, viu o surgimento da geladeira, a popularização do carro, o bonde ser substituído pelos ônibus e metrôs, e a criação do telefone, da televisão, do computador e do celular – embora ele não tenha chegado a usar os dois últimos.
Já, eu… Vi o surgimento e a popularização do computador, do celular, da robótica, da internet, das redes sociais e, agora, vejo a IA e seu imenso potencial, ainda desconhecido.
Preciso acompanhar essas evoluções para não me tornar mais velho do que realmente sou. Porque, se a gente não acompanha o novo, a gente se torna obsoleto. E ser obsoleto é pior do que ser velho, pois o obsoleto é descartável.
O medo do Google e do Meta é o mesmo medo que eu tenho: virar um dinossauro. Grande, ineficiente, inadequado e a caminho da extinção – como grandes players da tecnologia e do mundo virtual que ficaram para trás em outras épocas, como: IBM, AOL, Compaq, Nokia, Yahoo!, entre outros.
Por enquanto, me divirto fazendo IArtes, músicas e finalizando meus escritos com o auxílio dos aplicativos de IA. Mas ainda não sei no que isso vai dar. Pois, apesar da minha criatividade tirar proveito da IA, a IA também almeja substituir o homem na criatividade.
Ah… IA
A Inteligência Artificial torna burros inteligentes, inteligentes burros ou redefine inteligência?
Estou a um mês usando IA, apesar de já a algum tempo ouvir falar das maravilhas que ela faz. Por R$ 30 ao mês, contratei um App que faz música e, por outros R$ 30, um que prepara apresentações e cria ilustrações.
Com o Suno, App que faz música, transformei em 10 dias 14 de minhas composições em músicas e acabei com os meus créditos do mês. É só inserir a letra num local, clicar num botão, aguardar uns 30, 40 segundos e “Plim!”, surgem duas gravações, com estilo musical, melodia, instrumentos e voz. E se o resultado não ficar bom, você vai clicando, clicando e ele vai trocando estilos musicais, melodias, instrumentos e vozes até sair algo legal. E se a pessoa não tiver composição, bastante inserir algumas frases ou ideias que ele completa ou cria uma composição.
O Gamma, apesar de ser um aplicativo voltado para a criação de apresentações, eu assinei para utilizar as ferramentas de criação de ilustrações por IA. Tenho duas histórias infantis e um conto ilustrado, além de outras aplicações que demandam ou podem demandar ilustrações. Basta descrever a imagem, escolher formado, estilo e IA disponível que ele vai gerando de 3 em 3 imagens, até surgir um resultado adequado.
Existe um tanto de desinteligência nessas IAs, sobretudo para quem não domina códigos e a utiliza através de prompts de texto. Às vezes uma música está com estilo Ok, melodia Ok, instrumentos OK, voz OK, mas sai com um erro na letra, uma interrupção antes de acabar, ou um trecho truncado… Não tem como consertar só aquele pedacinho, a solução é seguir clicando, clicando, clicando em criar, até surgir algo legal novamente. Na ilustração, seguir um mesmo personagem ou manter uma mesma ambientação é complicado.
Para mim, em um mês, transformar 14 composições em músicas e ilustrar uma história infantil, é algo antes impensável. Utilizando R$ 60? Em 10, 12 anos, tive 14 músicas gravadas, pagando. Barato, mas mais do que R$ 60 por cada. Já meus livros infantis, nunca consegui quem fizesse ilustrações baratas.
Mas, ao mesmo tempo, vejo o trabalho de pessoas que se sustentam transformando o sonho de compositores e escritores em realidade, acabando. Assim, de um dia para o outro. E o meu próprio trabalho, como compositor e escritor perdendo seu valor e encanto.
Qualquer pessoa, utilizando IA, pode “compor” e “escrever” melhor do que quem compõem e escreve, do que eu… Dominar o uso dos aplicativos se tornou mais importante do que o conhecimento e a experiência. Tirando extremos de capacidade e criatividade que a IA ainda não alcança, ela já produz igual ou melhor do que muitas mentes capacitadas e criativas.
E a aplicação da IA vai além da música e da ilustração. Está na educação e em praticamente todas as áreas e especializações.
Não sei onde isso vai dar, é uma mudança de paradigma. Vi algo próximo disso acontecer no setor gráfico, quando o fotolito parou de ser usado e depois quando os impressos pararam de ser usados. Duas grandes indústrias sumiram de uma hora para outra, deixando milhares de pessoas desempregadas. Outras indústrias nasceram e outros empregos foram criados, mas transformando o perfil das indústrias, dos profissionais e dos salários.
Como acompanho somente a áreas de comunicação e artes, me preocupo, em especial, com a nova economia criativa. Esta, que surgiu após transformações no setor, que tiraram de cena velhos produtores de conteúdo, como eu, que eram melhor remunerados, e abriram espaço para jovens, em maior quantidade, que aceitavam trabalhar de graça ou sendo mal remunerados.
Será a IA o ponto final para os recém formados sonhadores e/ou os jovens sociáveis, moderninhos e antenados, que querem transformar o mundo? Será a IA a ferramenta para que os velhos obsoletos consigam uma sobrevida, ganhando um trocado fazendo bicos, produzindo coisas atuais e moderninhas? Ou será a IA a onda a ser surfada por um novo conjunto de mentes desconhecidas ou, mesmo, de pessoas sem mente, já que o conhecimento e a criatividade podem ser fornecidos pela IA com um clique?
Tudo continua girando, ainda, em torno da divulgação e interação social através de redes sociais… Não, a IA não irá me salvar. Os jovens recém formados e/ou sociáveis, moderninhos e antenados, ainda levam vantagem sobre os velhos dinossauros obsoletos. Mas, dentro do universo deles, pode gerar o surgimento de milhares de outras pessoas que oferecem “o mesmo ou melhor” cobrando menos. Quando o novo – eles – surgiram disputando mercado com o velho – eu – foi assim.
Enfim, já vi o Uber, com suas vantagens e desvantagens, disputando passageiros com os táxis. O termo Uberização é utilizado, com frequência, para descrever a disputa predatória por clientes. Já vi o Ifood, colocando pessoas cozinhando de suas casas ou cozinhas sem salão para atender, disputando clientes com restaurantes. E a sociedade convive com isso. Todos colhem seus bons e maus resultados. Eu mesmo uso Uber, Ifood e estou começando a usar IA. Afinal, sou dinossauro só no sentido figurado, tenho capacidade de me adaptar ao meio ambiente e sociedade em que vivo.
Mas a IA… A IA… Ela está chegando a todos os setores, profissões e atividades de uma só vez, sem ainda ter atingido sua capacidade máxima e definido todas as suas aplicabilidades. Eu não faço ideia do que a IA pode provocar, de bom e/ou de ruim. Só imagino que será algo muito maior do que qualquer transformação que já acompanhei ou vivi. Tampouco sei se o poder de decisão disso tudo, o destino disso tudo, está nas mãos dos homens que a criaram, ou dela mesmo. Afinal, a AI é capaz de aprender e se aperfeiçoar sozinha.
Ah… IA! Para onde você vai nos levar?
IA para texto, ainda não
Por que não uso IA para texto?
Porque texto, somos nós! O texto é a síntese do nosso pensamento. Não dá para delegar isso a outra pessoa ou a um aplicativo, por mais inteligente que seja.
Quando você pesquisa sobre um tema, surgem diferentes informações, inclusive informações contraditórias e fakenews. Nós selecionamos para nós as nossas verdades. Por vezes, mesmo, utilizando informações incompletas ou inverdades.
Mas somos nós que fazemos essas construções. Com base em toda uma vida de escolhas, decisões, indecisões… Isso, sem entrar na questão dos estilos. Das palavras que preferimos, em detrimentos das outras. Do ritmo, humor e aprofundamentos que instintivamente vamos adicionando aos nossos textos. As pessoalidades, as impessoalidades, as frases de efeito, as expectativas que gostamos de criar e quebrar…
A IA é incapaz de nos entregar isso! E nem é para entregar… Pois, isso, é a nossa essência. Se ela for capaz de capturar e reproduzir nossa essência, qual será o nosso valor?
Em um texto gerado por IA, você não define as informações incompletas e inverdades que ela vai entregar. Existem temas simples, que você até pode confiar no resultado que ela apresenta, mas outros temas são complexos e, se você não tem domínio sobre eles, você vai acabar falando merda, utilizando, como seu, um texto formulado por IA.
Na música e na imagem, o que a IA entrega está ali. Você escuta, você vê. No texto, existem tantos fatores envolvidos, nem sempre explícitos ou imediatamente perceptíveis…
Eu uso Chat GPT, hoje, para pesquisas, para pedir sugestões de desdobramento de um tema, para formular um prompt com instruções melhores para a geração de uma imagem pelo Gamma – quando não consigo a imagem que quero -, para corrigir tempos verbais e concordâncias gramaticais mais complexas, para tirar dúvidas sobre escrita e pronúncia de palavras… Até já cheguei a puxar uma conversa, tipo brothers, com a IA, e tive uma agradável surpresa! KKK
Também uso para converter composições do português para o inglês. Quando acho que uma letra minha poderia ficar legal em inglês, texto. Mas muito poucas ficaram boas…
O que tiro de minha experiência com o GPT, é que é preciso ter muito cuidado em seu uso. Já vivi experiências que colocam em dúvida a sua inteligência. Ou pior, o seu caráter!
Já pesquisei sobre temas e as respostas do GPT apresentaram informações erradas ou inventadas por ele, para cobrir lacunas do texto, que julgava necessárias. Já pedi para o aplicativo fazer uma coisa e ele fez outra, omitindo a informação de não ter feito o que foi solicitado. Já questionei ele, depois de apresentada uma resposta errada ou incompleta, e ele simplesmente responder: Lamento, em algum momento da formulação da resposta isso ou aquilo não foi feito.
Sério, pedi para ele gerar um texto de apresentação da empresa que sou sócio e ele inventou um monte de mentiras sobre a minha própria empresa! Já pesquisei sobre temas de psicologia, que tinha conhecimento, e ele criou conceitos que não existiam! E quando eu perguntei quem é Aloísio Costa Latgé – Uau! -, a resposta dele me fez parecer um artista bam, bam, bam e bem sucedido da atualidade!
Teve uma porra de uma lista, que eu pedi para separar 60 itens em 3 linhas temáticas distintas, e o resultados apresentaram, 20 itens, 34 itens, 43 itens, 52 itens… E, por mais que insistisse na solicitação, pedindo ajustes ou reiniciando o pedido, com novas instruções, não listou a porra dos 60 itens, em nenhuma resposta. E, na maior cara de pau virtual, ainda dizia: Agora sim, a tarefa foi concluída utilizando todos os itens!
Na tradução de textos do português para o inglês, o filho da puta faz o que quer… O GPT simplesmente cria versões do que você pede para traduzir. E, versões, são muito diferentes de traduções. O pior é que, depois, solicitando para ele fazer o caminho inverso, ele simplesmente converte versão que ele fez, em inglês, para o meu texto original, em português. Repetindo a mesma solicitação no Google Tradutor, o bom e velho vovô apresentou todas as alterações não solicitadas…
A inteligência artificial para texto não é confiável. Ao menos para mim, que reflito 24 horas sobre tudo. Sobre o que eu devo e o que não devo refletir… Se você não estiver disposto a utilizar a sua própria inteligência, não conte com A ia para para pensar por você. Pois ela poderá fazer você passar por burro, diante de quem você tenta impressionar.
A utilização do GPT e outros aplicativos, na educação e nas diferentes profissões, deve, ao menos, neste momento – enquanto a IA aprende com ela mesmo e com nós, que somos suas cobaias -, seguir com sinal amarelo ligado. Ou vermelho!
Para os meus textos e reflexões, prefiro a minha própria inteligência ou sua falta…
Eu gosto muito do meu texto, da minha forma de pensar, da minha contínua busca por pontos de vista incomuns e quebras de expectativas, das voltas que dou para chegar a uma conclusão, do pensar aleatório, do meu humor negro, da vulgaridade diante do formal e da formalidade diante do promíscuo, dos meus trocadilhos fúteis, do uso de rimas eventuais, do ritmo, das aceleradas, freadas e derrapadas, dos números quebrados que ninguém entende e até dos meus erros gramaticais e uso de pontos desnecessários…
Eu sou eu em meus textos! A IA é a IA…
Se você prefere o texto da Ia ao meu… O que que eu posso fazer? Ela é famosa, eu tenho um site que ninguém acessa… Foda-se! KKK
Nosso, não…
Tenho usado a inteligência artificial para criação de músicas, a partir de minhas composições, e de ilustrações para diferentes projetos. No Suno, incluo a composição, seleciono um estilo ou uma combinação de estilos e ele vai gerando músicas completas, com voz, instrumentos, melodia, até sair uma versão que me agrade. Já no Gamma, dependendo da imagem que preciso, não chego a gostar do resultado ou, mesmo, não chego a um resultado.
Para texto, uso o Chat GPT, que é muito bom para revisão e pesquisa de conteúdos. Mas, para escrever, mesmo, eu prefiro o meu texto. Não necessariamente por ele ser melhor ou o gerado pela IA pior. Mas o meu texto é o meu texto. Ele tem a minha personalidade e estilo. Algo que vem sendo criado desde que eu comecei a escrever poesias, lá pelos 14 anos, escrever redações, lá pelos 16 anos, escrever reflexões, lá pelos 24 anos e artigos e contos, lá pelos 27 anos…
Mas eu tive uma experiência surpreendente, agora, com o GPT, que compartilho com vocês. Eu escrevi uma poesia bem tosca, mas que emprega algumas questões gramaticais, da língua portuguesa. Então pedi ao App que verificasse para mim o uso correto dos termos gramaticais na poesia. E a resposta dele foi uma análise técnica e crítica profunda da minha poesia tosca. Algo quase contraditório, a inteligência artificial usar tanta inteligência para analisar a falta de inteligência humana – digo, minha falta de inteligência.
Aloísio, para Chat GPT – Analisar uso gramatical correto na poesia a seguir, observando conjugações de pronomes possessivos:
É preciso ter cuidado
Ao conjugar pronomes possessivos
Pois às vezes se conjuga certo
Mas o resultado sai errado
Se você não acredita
Conjugue a posse da maçã
Minha maçã
Sua maçã
Nossa maçã
Vossa maçã
Perfeito, maçã é maçã
Não importa quem
Come a maçã de quem
Mas aí pinta a sacanagem
Nem tudo é assim
Se você não acredita
Conjugue a posse do cu
Meu cu
Seu cu…
Até aí, tudo bem
Mas, seguindo adiante
A coisa fica diferente
Nosso cu?
É o cacete!
O meu cu é meu
O seu cu é o seu
Cu, cada um tem o seu
Não tem esse papo de “nosso”
Nem de “vosso” cu
Valeu!
Se você quiser compartilhar
Com alguém o seu cu
Problema seu
Ou vosso
O meu cu é só meu!
Sai pra lá…
A gente divide uma maçã
E você vem com esse papo?
Chat GPT para Aloísio – A poesia apresentada é uma espécie de jogo linguístico que mistura humor com reflexões sobre a conjugação dos pronomes possessivos. A seguir, farei uma análise das informações gramaticais nela contidas:
Uso dos pronomes possessivos
No início, a poesia faz uma análise convencional do uso de pronomes possessivos, como “minha maçã”, “sua maçã”, “nossa maçã”, “vossa maçã”. Essas formas estão corretas em relação ao uso da posse, aplicando-se aos substantivos de maneira típica.
Tensão no uso dos pronomes possessivos
A partir da transição para “nosso cu” e “vosso cu”, a poesia segue para uma ironia, explorando o impacto que o uso desses pronomes poderia ter em contextos mais pessoais e íntimos. Há uma crítica explícita ao uso de pronomes possessivos no contexto de algo que se considera “individual”, gerando um efeito cômico ao aplicar uma regra gramatical à parte do corpo humano.
Conjugação verbal e concordância
A frase “A coisa fica diferente” está correta, pois há uma concordância adequada entre o sujeito (“a coisa”) e o verbo (“fica”).
A construção “Cu, cada um tem o seu” também é correta gramaticalmente, mantendo a concordância entre o verbo e o sujeito (“cu” e “cada um”), além de manter a concordância com o pronome possessivo (“seu”).
Crítica ao uso de “nosso” e “vosso”
A poesia faz uma crítica bem-humorada à aplicação de “nosso” e “vosso” em situações que, no entendimento do autor, seriam mais apropriadas para a posse individual. Isso é feito de forma exagerada para criar um contraste cômico, visto que o uso de pronomes possessivos no contexto de “cu” não tem a mesma aceitação que em palavras mais neutras como “maçã”.
Conclusão com humor
Ao final, a poesia sugere que o “cu” de cada um é individual, o que reforça a ideia de que a posse sobre certos aspectos é de fato particular, deixando claro que o “nosso” e o “vosso” não se aplicam da mesma forma a partes do corpo.
Considerações gerais
No geral, a poesia apresenta um bom domínio da gramática, mesmo que seja intencionalmente desafiadora em seu conteúdo, justamente para provocar uma reflexão (humorada) sobre a possessão e os limites do uso de pronomes.
Estrutura gramatical – A poesia está coerente com as normas gramaticais da língua portuguesa, especialmente no que diz respeito ao uso de pronomes possessivos e à concordância verbal.
Tom humorístico – O texto tem um tom irreverente, utilizando a gramática de forma a criar um contraste engraçado entre a lógica das regras linguísticas e o conteúdo mais íntimo e pessoal (no caso, o “cu”).
A análise do GPT chega a ser mais engraçada do que o meu próprio texto! KKK